O fogo de Mação já está em fase de rescaldo e as populações respiram, por agora, de alívio. No entanto, no terreno, o sossego será de pouca dura.
“Neste momento não há chama, não há fogo activo em Mação. Finalmente começamos a ganhar alguma tranquilidade porque finalmente este primeiro momento está ultrapassado. Agora falta o resto que é tentar voltar a pôr metade do território de pé, o que vai demorar décadas”, desabafa António Louro, vice-presidente da Câmara de Mação.
Nestas declarações à Renascença, lembra que há “gente desalojada, infra-estruturas e casas danificadas”.
“Perdeu-se um património de milhões em termos florestais. Perderam-se 30 anos. Até voltarmos a estar como estávamos no domingo perdemos os 14 anos que passaram desde 2006”, contabiliza.
As chamas lavraram em Mação desde domingo, depois de terem alastrado do concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco.
A situação chegou a ser classificada como "muito preocupante" pelo vice-presidente da autarquia quando, na quarta-feira de manhã, a sede do concelho correu o risco de ser confrontada com uma das frentes de fogo. As aldeias de Santos, Aldeia de Eiras, Castelo e São José das Matas também estiveram em risco.
Segundo a autarquia, o incêndio destruiu mais de 15 mil hectares, quase metade da área florestal do concelho.