Mais cinco pessoas foram presas na madrugada deste sábado na investigação à decapitação de um professor de história, perto de uma faculdade, nos subúrbios de Paris, num total de nove detenções, anunciou fonte judicial à AFP.
Entre as cinco pessoas agora detidas estão os pais de um estudante do colégio de Bois d'Aulne, em Conflans-Sainte-Honorine, arredores da capital do país, onde a vítima trabalhava. Estas pessoas tiveram uma discussão com o professor sobre caricaturas de Maomé que o docente tinha mostrado na aula.
Foram também detidas três pessoas do círculo não familiar do suposto agressor, segundo a mesma fonte.
Estas cinco detenções juntam-se às outras quatro já ocorridas em Evreux (noroeste), incluindo um menor, do círculo familiar do suspeito.
A identidade do agressor, no qual foi encontrado um documento de identidade, também foi confirmado pelos investigadores, segundo fonte judicial, e trata-se de um russo checheno de 18 anos, nascido em Moscovo, sem antecedentes criminais.
O chefe de Estado francês considerou, citado pela agência France-Presse (AFP), que o homicídio do professor de história é um “característico ataque terrorista islâmico”, no entanto, “o obscurantismo não vencerá”.
“Um dos nossos compatriotas foi morto hoje porque ensinou […] a liberdade para acreditar e não acreditar”, acrescentou Macron, desta vez citado pela Associated Press (AP).
O Presidente francês vincou que este ataque não pode dividir o país, uma vez que, na opinião de Macron, é esse o objetivo dos extremistas: “Temos de nos unir enquanto cidadãos.”
O alegado suspeito da decapitação de um homem, nos arredores de Paris, em França, terá gritado “Allah 'Akbar” ("Deus é grande" em árabe) quando foi baleado pela polícia.
Fonte da polícia, citada pela AFP, explicita que a vítima era um professor de História, que terá exibido caricaturas do profeta Maomé durante uma disciplina sobre liberdade de expressão.
De acordo com uma fonte da investigação a este homicídio, a polícia também está interessada numa fotografia na rede social Twitter, através de um utilizador que, entretanto, encerrou a conta, da cabeça decapitada da vítima.
As autoridades estão a tentar perceber se esta fotografia foi publicada pelo alegado autor do homicídio ou por outra pessoa.
A AFP dá conta de que a fotografia acompanhava uma mensagem dirigida ao Presidente francês, Emmanuel Macron, apelidado de “o líder dos infiéis”.
“Executei um dos cães infernais que ousou menosprezar Muhammad [o profeta Maomé]”, explicitaria esta mensagem.
O homicídio ocorreu cerca das 17h00 locais (16h00 em Lisboa).