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Arranca esta terça-feira o nível de reforço II de combate a incêndios, como é agora designada esta fase de risco, que começa exatamente quando as temperaturas estão a subir.
Mas ainda há muitos atrasos. A partir de hoje, deveria haver 32 meios aéreos disponíveis, mas o Governo conseguiu garantir apenas 13.
A Proteção Civil também não pode contar já com o anunciado reforço do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro da GNR (GIPS). Cerca de 400 militares assinalam, esta terça-feira, o final da formação com uma demonstração de capacidades ao primeiro-ministro, mas seguem depois para a Figueira da Foz, onde terminarão, daqui a uma semana, a especialização.
No final, o GIPS da GNR passará a dispor de um total de 1.064 efetivos.
Segundo a edição desta terça-feira do “Jornal de Notícias”, os novos GIPS que concluem a formação no fim do mês só nessa altura terão os equipamentos necessários para entrarem em funções.
A polémica da escassez de meios foi lançada na semana passada pelo jornal “Público”, que divulgou um e-mail interno, no qual o comandante do GIPS, major Cura Marques, informava os militares de que não havia fatos, luvas, telemóveis, rádios ou carros – nem sequer condições de descanso em todos os centros de meios aéreos onde vão ficar sedeados.
“Previsivelmente (com alguma sorte à mistura) podemos ter uma farda por militar, botas, cogula, óculos e capacete no dia 20 de maio. Sublinho que só teremos uma farda... não há tecido em Portugal para mais nesta altura. Esclareço também que nesta altura provavelmente não vai haver luvas (estamos a pensar em soluções 'imaginativas' para solucionar este problema. Até agora não vemos a luz ao fundo do túnel)", informava o major.
O Governo reagiu, garantindo que “tudo está a ser feito para garantir [a disponibilidade do equipamento]” e que as “viaturas atualmente existentes permitem o início da missão”.
Segundo o Ministério da Administração Interna, o "dispositivo será progressivamente reforçado, com entregas periódicas pelos fornecedores de novas viaturas, destinadas ao ataque inicial e ao ataque ampliado e contratadas a 9 de abril".
GIPS em todo o país
Segundo a GNR, o reforço dos elementos do grupo de intervenção para combate a incêndios vai permitir que o GIPS atue em todo o país e na Região Autónoma da Madeira, em vez dos atuais 11 distritos.
São 390 os militares terminam esta terça-feira o curso de primeira intervenção, proteção e socorro para guardas, avança a força à agência Lusa.
O encerramento do curso e a demonstração das capacidades do GIPS vão decorrer no quartel da GNR da Pontinha, no dia em que se assinala o aniversário da Unidade de Intervenção da Guarda Nacional Republicana, numa cerimónia presidida por António Costa.
Antes, já tinham terminado o curso de GIPS para graduados 16 militares, a que se juntam cerca de 100 militares da GNR que já tinham estado no GIPS, tendo feito apenas uma reciclagem.
No total, são 500 os novos elementos dos GIPS, passando esta valência da GNR a ter um efetivo de 1.064 militares para combater os incêndios no verão.
Além da prevenção e do combate inicial, os GISP vão estar, pela primeira vez, disponíveis para o ataque ampliado a partir de estruturas que serão colocados em Mirandela, Viseu, Aveiro e Loulé.