O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, considera que foram insuficientes os meios do Mecanismo Europeu de combate a incêndios, este verão.
Em declarações à Renascença, José Luís Carneiro adianta que vai, por essa razão, pedir o reforço do Mecanismo Europeu e apresentar outras propostas para o tornar mais eficaz.
As propostas serão apresentadas por Carneiro esta segunda-feira, em Bruxelas, onde os ministros da Administração Interna dos 27 se reúnem para fazerem o balanço da época de incêndios e avaliarem a resposta europeia.
Tendo em conta que a frota de reserva da União Europa não conseguiu dar resposta a muitos dos pedidos que foram feitos por vários países, incluindo Portugal, Espanha, Grécia e Itália, José Luís Carneiro adianta que Portugal vai pedir um reforço dos meios humanos e técnicos do Mecanismo Europeu de ajuda ao combate a incêndios.
“Neste caso terá que se avaliar como é que a União Europeia pode reforçar os meios materiais e humanos para este dispositivo comum de proteção civil. O mais importante é a própria União Europeia mobilizar-se, como se mobilizou durante a pandemia, para a compra conjunta de vários recursos que ficaram disponíveis para os países membros, mas poder reforçar ainda mais esses meios materiais e humanos que estejam depois ao dispor dos Estados membros”, defende.
Neste sentido, José Luís Carneiro admite que o nosso país pode vir a ter uma base de aviões do sistema “RescEU” - a reserva europeia de proteção civil - no sul da Europa. Seria uma forma, diz o ministro, de haver uma melhor prontidão dos meios.
“Portugal está disponível, com certeza, para poder contribuir para esse esforço comum europeu. Importa é que, efetivamente, os meios não estejam estritamente concentrados no centro da Europa, possam estar concentrados nos países que estão mais na periferia da Europa, que estão nomeadamente em torno do Mediterrâneo, que é, digamos, a região de maior perigosidade de incêndios”, adianta.
Nestas declarações à Renascença, José Luís Carneiro admite que se existissem mais meios europeus, eles seriam necessários para fazer face a momentos críticos de combate aos incêndios vividos em Portugal.
“Portugal teve apoio, mas é evidente que se tivéssemos mais meios, pois com certeza que esses meios adicionais seriam necessários, porque houve momentos muito críticos e que se tivéssemos mais meios aéreos disponíveis, com certeza que teríamos tido outra capacidade de enfrentamento, de circunstâncias absolutamente excecionais em que vivemos”, admite.
Sobre a situação em Portugal, José Luís Carneiro lembra que a época dos incêndios ainda não terminou. E perante notícias que dão como certo que a seca e o tempo quente se vão prolongar até novembro, o ministro garante a prontidão dos meios até que seja necessário.
“O país tem que ter capacidade e todos nós temos que ter capacidade pese embora, como é evidente, não vamos antecipar cenários. O que temos que enfrentar é muito difícil, é muito exigente. E contámos com a cooperação de todas as forças e serviços da proteção civil e, naturalmente, que os meios que o poder político puder afetar para manter esse nível de prontidão com certeza que não serão regateados e serão naturalmente disponibilizados”, conclui.