Os incêndios florestais de dimensão sem precedentes na região de Valparaíso, no Chile, já provocaram pelo menos 99 mortos, segundo dados do Serviço de Medicina Legal (SML) divulgados este domingo.
"O SML admitiu um total de 99 corpos; 32 deles foram identificados. Além disso, realizámos 25 autópsias", informou aquele serviço num comunicado.
O número de mortos indicado anteriormente pelo Presidente chileno, Gabriel Boric, era de 64.
De acordo com as autoridades, esta é a maior emergência natural desde o terramoto de 2010, que provocou 525 mortes e milhares de feridos no Sul do país.
A Corporação Nacional Florestal indicou que há, pelo menos, sete incêndios ativos em Valparaíso, no cento do país, onde desde quarta-feira a temperatura está próxima dos 40 graus Celsius, tal como na capital, Santiago.
Na sequência dos incêndios, o Presidente chileno impôs o estado de exceção, de modo a "ter todos os meios necessários". As autoridades mobilizaram 19 helicópteros e mais de 450 bombeiros para combater as chamas.
A onda de calor, resultante do fenómeno climático El Niño, atinge atualmente o sul da América Latina, em pleno verão, provocando incêndios florestais, agravados pelo aquecimento global. A onda de calor ameaça Argentina, Paraguai e Brasil nos próximos dias.
A União Europeia, através do alto-representante para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, já ofereceu hoje ajuda ao Chile para o combate aos incêndios.
"O Chile enfrenta mais uma vez incêndios devastadores com inúmeras mortes. Transmito o meu apoio e solidariedade ao Governo e ao povo chileno, a UE está pronta para colaborar e fornecer ajuda nestes tempos difíceis", afirmou Borrell numa mensagem publicada na rede social X.