A execução do imã xiita Nimr Al-Nimr, uma das 47 pessoas condenadas à morte por terrorismo na Arábia Saudita, está a aumentar a tensão sectária no Médio Oriente.
Nimr al-Nimr, que passou mais de uma década a estudar teologia no Irão, foi o impulsionador dos protestos xiitas contra o Governo saudita desde 2011.
Após a sua execução, os protestos estenderam-se a vários países vizinhos.
Um dos incidentes mais graves aconteceu no Irão, país de maioria xiita. Centenas de manifestantes invadiram a embaixada saudita em Teerão, sábado à noite, ateando fogo a algumas partes do edifício.
Em frente à embaixada, manifestantes queimaram fotografias de membros da família real saudita, em protesto contra a execução de Nimr Al-Nimr.
Já este Domingo, ouviam-se manifestantes gritar "morte a Al-Saud", o nome da família real em Riade, queimando bandeiras norte-americanas e israelitas.
Este Domingo, as forças anti-motim tentam impedir os manifestantes de se aproximarem novamente da representação diplomática saudita em Teerão.
O ayatollah Ali Khamenei, líder do Irão, classificou a execução do imã xiita Nimr Al-Nimr como um “erro político” e previu "uma vingança divina" contra a Arábia Saudita.
Foram registados protestos em vários outros países do Médio Oriente, como Paquistão, Iémen, Líbano, Bahrein e Turquia, além de zonas xiitas da Arábia Saudita.
Há ainda registo de manifestações em Srinagar, capital da província indiana de Caxemira.
"O derramamento injustificado de sangue deste mártir vai ter rápidas consequências", disse o líder supremo do Irão Ali Khamenei perante um grupo de clérigos na capital.
Os Estados Unidos e a União Europeia já vieram alertar para o agravamento das tensões sectárias entre xiitas e sunitas.