Demissão por "indecente e má figura"? Costa não responde a “azedume” de Passos
19-12-2023 - 20:19
 • Ricardo Vieira

O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse esta terça-feira António Costa se demitiu "por indecente e má figura".

“O azedume não me merece comentário”, disse o primeiro-ministro, António Costa, sobre as críticas proferidas esta terça-feira por Pedro Passos Coelho.

“Eu respeito, deve ser muito cansativo estar há oito anos a contar, dia após dia, à espera que o diabo chegue, ele nunca mais chega e depois é isto”, declarou o primeiro-ministro, à margem de um jantar dos deputados do PS.

O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse esta terça-feira António Costa se demitiu "por indecente e má figura".

À chegada ao Campus de Justiça onde vai ser ouvido como testemunha no processo EDP, Passos Coelho comentou a atual crise política e disse esperar que em março os portugueses optem por um novo rumo com a escolha do PSD por considerar que o atual Governo do PS tem responsabilidades graves na situação em que está o país.

“Espero, evidentemente, que o PSD possa ser o partido liderante, não porque é o meu partido, mas sobretudo porque espero que o país saiba identificar no atual Governo, que está a cessar funções, responsabilidades graves na situação a que o país chegou”, disse.

Na visão de Passos Coelho, as responsabilidades são “suficientemente graves”, para que “o atual primeiro-ministro tenha sido o único primeiro-ministro, que eu tenho memória, que se tenha sentido na necessidade de apresentar a demissão por indecente e má figura”.

O antigo primeiro-ministro Passos Coelho acusa ainda o Governo do Partido Socialista de ter contribuído para a degradação de muitas políticas públicas desde a Saúde à Educação.

Também no Campus da Justiça, José Sócrates classificou de “ataque político” as críticas que Passos Coelho dirigiu a António Costa.

"Isso não tem nada a ver com análise, trata-se de um ataque político. Com franqueza, estamos para ver quem fez má figura. Se foi o primeiro-ministro, se foi o Ministério Público, se foi a oposição, mas daqui a uns meses veremos", referiu aos jornalistas, à chegada ao Campus da Justiça, onde vai ser ouvido durante a tarde, no âmbito do julgamento do caso EDP.