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O movimento dos portugueses em áreas de retalho e recreação caiu 83%, face ao período pré-pandemia, e nas estações de transporte o recuo foi de 78%, segundo o primeiro relatório sobre mobilidade comunitária da Google divulgado esta sexta-feira.
Este relatório foi elaborado no âmbito do combate à pandemia do novo coronavírus, cobrindo inicialmente 131 países, entre os quais Portugal, utilizando dados agregados e anónimos para mapear tendências de movimento.
Os dados, que reportam a 29 de março, comparam com o valor mediano para o dia correspondente da semana durante o período entre 3 de janeiro e 6 de fevereiro, antes de ter sido declarada a pandemia de Covid-19.
As tendências de mobilidade para lugares como restaurantes, cafés, centros comerciais, parques temáticos, museus, livrarias e cinemas (retalho e recreação) registaram uma queda de 83% em Portugal, com os movimentos junto das mercearias e farmácia a descerem 59%.
Já o movimento nas estações de transporte (autocarros, comboios, metro) desceu 78% e a mobilidade nos parques nacionais, praias, marinas e jardins públicos diminuiu 80%.
A mobilidade registada junto aos locais de trabalho desceu 53% e junto às zonas residenciais subiu 22%, segundo o relatório.
"A Google preparou este relatório para ajudá-lo a si e às autoridades de saúde públicas a entender as respostas às indicações de distanciamento social relacionadas com a covid-19. Este relatório não deve ser usado para diagnóstico médico, fins de prognóstico ou de tratamento", refere a tecnológica, salientando que também não se destina a ser usado para planear viagens pessoais.
Em termos regionais, o distrito de Aveiro, que inclui o concelho Ovar, onde o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública, os movimentos junto das áreas de retalho e recreação diminuíram 83% e nas zonas de mercearia e farmácias baixaram 61%, segundo o relatório da Google.
O movimento nos parques nacionais, praias, marinas, jardins públicos (parques) caiu 84% e nas estações de transporte recuou 83%.
A mobilidade no distrito de Aveiro nas zonas residenciais subiu 24% e diminuiu 53% nos locais de trabalho.
No caso dos Açores, o relatório aponta que na categoria retalho e recreação o movimento de pessoas reduziu-se em 83%, na de mercearia e farmácia recuou 56% e nas estações de transporte 87%. O movimento junto às zonas residenciais subiu 18%.
Na Madeira, o movimento em áreas de retalho e recreação diminuiu 89%, registando uma queda de 63% em zonas com mercearia e farmácia. Na categoria parques, assistiu-se a uma diminuição de 86% da mobilidade, enquanto nas estações de transportes o recuo foi de 77%, no período em análise.
O movimento junto dos locais de trabalho baixou 60% e junto às zonas residenciais a subida foi de 27%.
No distrito de Lisboa, o relatório aponta para uma diminuição de 84% na categoria retalho e recreação e para uma queda de 58% no ‘item’ mercearia e farmácia. Nas estações de transporte, o movimento de pessoas caiu 79%, nos parques baixou 82% e nos locais de trabalho 56%. Já a mobilidade nas zonas residenciais subiu cerca de 22%.
No Porto e em Faro, o movimento de pessoas diminuiu em todas as categorias, com exceção na zona residencial, que subiu 23% em ambos os distritos.
Na categoria de retalho e recreação, a redução da mobilidade foi de 84% no Porto e de 83% em Faro, com as estações de transporte a registarem uma diminuição do número de pessoas a circular de 79% e 82%, respetivamente.
"Os relatórios mostram as tendências de várias semanas com os dados mais recentes representando dois a três dias antes, que é o tempo que é necessário para produzir" estes documentos, refere a Google.
Os dados incluídos nestes cálculos, refere a tecnológica, dependem das configurações, conectividade e se cumprem os critérios de privacidade.
"Incluímos categorias que são úteis para os esforços de distância social como também de acesso a serviços essenciais", refere a empresa, salientando que os dados são obtidos através dados de utilizadores que optaram por ter a localização ligada na sua conta Google.
"Como todas as amostras, isto pode ou não representar o comportamento exato de uma população mais ampla", conclui.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, mantém-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.