São João da Madeira introduzirá em setembro o sistema de recolha de resíduos que, através de um código individual por cada residente, medirá a quantidade de lixo depositado nos contentores para, em 2025, emitir faturas proporcionais ao desperdício produzido.
Segundo revelou esta quarta-feira a autarquia do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, para o efeito estão já a ser adaptados vários contentores em determinadas zonas do concelho -- que é o mais pequeno do país, com cerca de oito quilómetros quadrados -- e o objetivo é que a fatura da recolha de resíduos passe a ser definida pela quantidade de lixo produzido e deixe de estar associada ao volume de água consumido.
O presidente da Câmara Municipal, Jorge Vultos Sequeira, declarou à Lusa que "o Município irá colocar ao serviço dos moradores de cerca de 850 habitações da cidade um conjunto de contentores subterrâneos aos quais essas famílias terão acesso através de uma chave própria, para que comecem a experimentar o sistema de acesso condicionado" exigido para aplicação posterior dos tarifários PAYT.
Esse sistema -- cujo nome é o acrónimo de "Pay As You Throw" (pague de acordo com o que atira [para o lixo], em tradução livre) começará a ser testado em setembro, para que os seus efeitos concretos na fatura de recolha de resíduos (associada à conta da água) "sejam uma realidade em 2025".
Para isso, a autarquia já está a instalar os contentores subterrâneos em diferentes pontos do concelho, com vista a melhorar as funcionalidades da rede existente e dotá-la de equipamentos que, segundo Jorge Vultos Sequeira, "proporcionam ganhos em termos de limpeza urbana e qualidade ambiental, apresentando, ao mesmo tempo, menor impacto paisagístico no território".
"É um avanço importante ao nível da recolha de resíduos urbanos e terá um efeito muito positivo na continuação do nosso trabalho de reforçar a qualidade ambiental da cidade, que tem sido uma prioridade da ação desenvolvida pela autarquia", defendeu o presidente da Câmara.
A intervenção em curso abrange nove estruturas subterrâneas, que, a par dos seus contentores para recolha de lixo indiferenciado, agora também passarão a dispor -- igualmente no subsolo -- de ecopontos para papel, vidro e plástico/metal, e ainda recipientes para resíduos biológicos.
Os depósitos para papel e plástico serão os de maior capacidade, podendo acomodar cinco metros cúbicos cada, enquanto os de vidro, biorresíduos e indiferenciados serão de três metros cúbicos -- uns e outros esvaziados com diferente periodicidade.
A essas nove "ilhas ecológicas, aptas a recolher cinco fileiras de resíduos", acrescentar-se-ão mais quatro, construídas de raiz. Todas exibirão nova sinalética, com recurso a marcos equipados para ativação do sistema PAYT e respetivo controlo de acessos via fechadura eletrónica.
"O objetivo é medir o volume de resíduos que cada família deposita nos contentores, de forma a que, quando ela receber a fatura, pague apenas pelo lixo que realmente criou e não de acordo com o consumo da água, prática que, até aqui, não permite compensar quem faz separação de resíduos e se esforça por produzir menos lixo", disse Jorge Vultos Sequeira.
Quanto aos novos tarifários do PAYT, o autarca admite que ainda não é possível adiantar valores, porque o contrato com a empresa atualmente responsável pela recolha de resíduos termina a 31 de março. "Só com a entidade seguinte será possível definir os preços a praticar nesse novo modelo de gestão", concluiu o autarca.