Novo secretário-geral ainda não tomou posse e já é alvo de críticas
24-04-2022 - 12:53
 • Ana Carrilho

Várias organizações apresentaram sete moções de urgência. Uma delas prende-se com a Administração Pública e foi apresentada pelo líder da FESAP.

No último dia de trabalhos do XIV Congresso da UGT, que decorre em Santarém, várias organizações apresentaram sete moções de urgência.

Uma delas prende-se com a Administração Pública e foi apresentada pelo líder da FESAP, José Abraão. Pediu o apoio aos delegados para esta moção e para o que a Federação de Sindicatos da Administração Pública defende: uma negociação séria com o Executivo sobre vínculos, carreiras e remunerações. Mas sobretudo, aproveitou os cinco minutos que a presidente da mesa, Lucinda Dâmaso lhe atribuiu, para mandar um recado direto a Mário Mourão, que oficialmente, assume o cargo de Secretário-Geral da UGT.

Em entrevista à RTP, no sábado, o novo líder sindical defendeu um aumento salarial de cerca de 1,3%, que acompanhe o aumento da inflação do ano passado. Mário Mourão referiu ainda que não aceitará aumentos para os trabalhadores do Estado inferiores a 1%.

Declarações de que José Abraão não gostou e veio dizer claramente que não aceita esses referenciais já que isso só serviria para os trabalhadores da Administração Pública continuarem a empobrecer, sem crescimento de salários. O recado seguiu também para o Governo socialista e António Costa: “queremos acreditar que as maiorias absolutas também são uma oportunidade, independentemente das crises, para se fazerem mudanças que sirvam os trabalhadores, os portugueses e o país”.

Recorde-se que José Abraão disputou a liderança da Tendência Sindical Socialista com Mário Mourão e acabou por ter mais apoio. O que determinou que seja o presidente do Sindicato dos Bancários do Norte a assumir o cargo de secretário-geral, cargo que fica sempre nas mãos de um socialista.

A presidência da UGT é social-democrata e no próximo mandato continua a ser protagonizada por Lucinda Dâmaso.