A diretora-geral da Saúde alertou esta sexta-feira para os efeitos do calor na mortalidade, revelando que entre 5 e 14 de julho se registaram “mais 388 óbitos” do que em anos anteriores, sem contabilizar as mortes por covid-19.
“A partir de 5 de julho, e sem contabilizar as mortes por covid-19, houve algum incremento na mortalidade que se continua a verificar. Até ao dia 14, já tínhamos registado mais 388 óbitos. Nos dias 15 e 16 também tivemos aumento relativamente a períodos homólogos”, observou Graça Freitas, explicando estar a fazer a comparação com os últimos cinco anos, momento a partir do qual se iniciou o registo digital das mortes em Portugal.
A diretora-geral de Saúde, que falava na conferência de imprensa sobre a covid-19, alertou para a necessidade de beber água mesmo sem sede, de evitar a exposição ao sol, de arejar as habitações e estar atento aos grupos de risco.
“Os dois primeiros meses de 2020 foram meses com menos casos do que a media do quinquénio. No fim de maio, tínhamos mais 2189 óbitos do que a média dos cinco anos anteriores. Cerca de 2000 e poucas mortes eram explicados pela mortalidade covid mas também por um pico de calor entre 23 e 30 de maio, segundo dados do Instituto do Mar e da Atmosfera”, esclareceu Graça Freitas.
A mortalidade associada ao calor “verifica-se acima dos 85 anos ou mesmo acima dos 75”, acrescentou.
A responsável aconselhou ainda a procura de “ambientes frescos e arejados, evitar esforços grandes no exterior e dar atenção aos grupos mais vulneráveis, nomeadamente mantendo o seu estado de saúde controlado”.
O Jornal de Notícias revelou hoje que a mortalidade em Portugal foi, entre 01 e 15 de julho, 17% superior face ao mesmo período de 2019.
O JN refere terem-se registado 4.721 vítimas mortais, mais 673 do que no mesmo período do ano passado, números que não eram tão elevados nesta altura do ano desde 2013.
O diário refere que o indicador da mortalidade no nosso país está em alerta vermelho, “muito acima do esperado”, segundo o portal da Vigilância da Mortalidade.