Subiu para 120 milhões o número de refugiados em todo o mundo em 2023, segundo o relatório da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR).
O número recorde é o dobro do resgistado há 10 anos e corresponde praticamente à população do Japão, um dos mais populosos do mundo.
É o 12º ano consecutivo que o número de deslocados sobe. À Renascença a presidente da Obra Católica Portuguesa das Migrações, Eugénia Quaresma, diz que o número revela a necessidade de " atuar nas causas" como por exemplo "os conflitos armados e países que não cumprem o direito internacional", mas que, "quando é inevitável é nosso dever proteger estas pessoas que procuram um abrigo".
Em comunicado, o alto comissário da ACNUR, Filippo Grandi considera que “por trás dos números gritantes e crescentes estão inúmeras tragédias humanas". De resto, o relatório revela que o maior aumento deu-se nos deslocados que fogem de conflitos armados nos seus países de origem, em que a pobreza é a realidade da maioria da população.
No que toca ao acolhimento destas pessoas, Eugénia Quaresma alerta para "a grande tendência de criar campos de refugiados, sendo o nosso principal drama atual a permanência das pessoas neste campo e destituirmo-las da possibilidade de se integrarem nos países, de saírem do campo procurarem emprego e libertarem-se deste estigma", alerta.
A realidade deve agravar-se nos próximos anos, alerta o ACNUR, que mantém "a expectativa de que melhore a cooperação e dos esforços concertados para lidar com conflitos, violações de direitos humanos e a crise climática".