O secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou esta sexta-feira a um avanço urgente dos camiões com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, após ter sido alcançado um acordo para permitir a entrada de 20 camiões no enclave palestiniano através da fronteira com o Egito.
"Do lado de lá, temos dois milhões de pessoas que estão a sofrer tremendaente, não têm água, comida, medicamentos, combustíveis. Precisam de tudo. Deste lado, temos visto tantos camiões carregados com água, combustíveis, medicamentos, alimentos, exatamente aquilo que é preciso do outro lado do muro", disse Guterres em visita a Rafah, entre o Egito e Gaza.
"Estes camiões são a diferença entre a vida e a morte em Gaza", reforçou o responsável das Nações Unidas. "Estamos ativamente envolvidos com todas as partes, Egito, Israel, EUA, para que estes camiões sejam movidos o mais rápido possível."
Guterres lembrou que "esta não é uma operação humanitária normal, é uma que decorre numa zona de guerra e essa é a razão pela qual apelei a um cessar-fogo humanitário". No entanto, Guterres esclareceu que não considera este "cessar-fogo humanitário uma condição obrigatória para entregar a ajuda humanitária".
"Não queremos punir duas vezes a
população de Gaza, primeiro por causa da guerra e segundo pela falta de ajuda
humanitária. Mas é claro que um cessar-fogo humanitário tornaria tudo mais
fácil e mais seguro para todos", reiterou.
Rafah é a única passagem fronteiriça para a Faixa de Gaza que não é totalmente controlada por Israel, que esta semana, durante a visita do Presidente norte-americano, Joe Biden, a Telavive, aceitou permitir a entrada de alguma ajuda humanitária via Egito.