Os Estados Unidos anunciaram esta terça-feira novas sanções contra a Rússia pelo envenenamento do político da oposição Alexei Navalny.
O pacote de sanções norte-americanas visa sete altos responsáveis russos e 14 entidades envolvidas na produção de químicos. O Presidente russo, Vladimir Putin, não é um alvo direto das sanções, nem os oligarcas e líderes de agências de inteligência que o apoiam.
As novas medidas contra Moscovo são conhecidas depois de os serviços secretos dos EUA concluírem que o governo russo esteve por detrás do ataque químico contra Alexei Navalny, adiantam fontes oficiais da Administração liderada pelo Presidente Joe Biden.
Estas sanções são as primeiras medidas contra a Rússia tomadas por Joe Biden, desde que se tornou Presidente há cerca de cinco semanas.
A política do sucessor de Donald Trump em relação à Rússia tem sido caracterizada por um afastamento em relação a Vladimir Putin, e não de consolidação ou reparação de relações. Biden tem atacado consistentemente o Governo russo, argumentado que este tem violado direitos humanos em território nacional e tem tentado destabilizar outros países europeus.
A última vez que a Rússia foi sancionada pelos mesmos motivos foi em 2018: nessa altura, o Presidente Trump autorizou sanções contra a Rússia pelo uso de um agente nervoso contra o espião Sergei Skripal e a sua filha Yulia, os dois a viver no Reino Unido. Além disso, vários diplomatas foram expulsos dos EUA.
A resposta dos EUA ao envenenamento acompanha as sanções impostas pela União Europeia, que anunciou novas sanções contra quatro oficiais russos pelo papel na detenção de Alexei Navalny (dois procuradores, o diretor da guarda nacional russa e o diretor do sistema prisional russo). As sanções reforçadas entram em vigor a partir desta terça-feira.
Segundo o jornal "The New York Times", as sanções deverão ser semelhantes às aplicadas pela União Europeia, de modo a passar uma imagem de cooperação e de esforço mútuo em responsabilizar a Rússia pelo envenenamento.
Alexei Navalny, o principal opositor a Vladimir Putin, foi envenenado em Agosto de 2020 e foi transportado para Berlim, onde foi tratado. Regressou a Moscovo a 17 de janeiro e foi imediatamente detido e, consequentemente, preso. A sua detenção motivou protestos nas ruas de Moscovo, com milhares de pessoas a serem detidas pelas autoridades russas.
Navalny encontra-se em prisão preventiva, mas isso não o impediu de publicar um inquérito em que procura demonstrar a corrupção de Vladimir Putin, especialmente através das suas propriedades privadas.