O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, vai esta manhã ao parlamento prestar esclarecimentos sobre os contornos que envolvem a hipótese de a instituição entrar no capital do Montepio Geral.
O pedido de audição ao provedor, foi feito pelo CDS-PP, partido que também chamou o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, à Comissão de Trabalho e Segurança Social para prestar explicações sobre o mesmo assunto. As audições foram aprovadas por unanimidade entre todos os grupos parlamentares.
Edmundo Martinho, que era vice-provedor da SCML, tomou posse como provedor há cerca de um mês, em 6 de Dezembro de 2017, para um mandato de três anos, substituindo Pedro Santana Lopes que deixou o cargo para se candidatar à liderança do PSD.
Em entrevista à Antena 1 no domingo, o ministro do Trabalho disse ter sido ideia de Pedro Santana Lopes o envolvimento da Santa Casa no sector financeiro, enquanto a hipótese de investimento no Montepio foi colocada pelo Governo.
Quanto a críticas feitas ao envolvimento do sector social no financeiro, Vieira da Silva falou em "profundo desconhecimento da realidade", porque em "toda a Europa existem instituições financeiras do setor social".
A eventual tomada de participação da SCML na Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) tem sido muito falada nas últimas semanas e motivou as exigências de esclarecimentos pela parte de PSD e CDS-PP.
Quanto aos democratas-cristãos, que fizeram o pedido de audições, estes querem saber, especificamente, se a Santa Casa vai ou não entrar no capital do Montepio, a que valor e adquirindo que participação e onde está o estudo de avaliação da operação.
A imprensa tem adiantado que a SCML poderá entrar com 200 milhões de euros em troca de uma participação de 10% na CEMG, o que valoriza o banco em cerca de 2.000 milhões de euros.
A CEMG está num período de mudança dos estatutos e mesmo da sua equipa de gestão, tendo a Associação Mutualista Montepio Geral (até agora o seu único acionista) anunciado a entrada de Nuno Mota Pinto para presidente do banco, lugar ainda ocupado por Félix Morgado.