​Ministro da Economia. Descer impostos “só iria fazer crescer dívida e défice”
16-01-2020 - 19:43
 • Sandra Afonso , com redação

Pedro Siza Vieira defende que Portugal está a crescer suportado pelo investimento e “num contexto de desendividamento".

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, defende que baixar agora os impostos seria agravar os juros da dívida.

Num debate sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2020, no Parlamento, Pedro Siza Vieira respondeu à bancada socialista sobre a possibilidade de um choque fiscal.

“No contexto em que este país se encontra, fazer baixar agora os impostos só iria fazer crescer a dívida e o défice. Todos os senhores deputados sabem, tão bem como eu, que a leitura que isso teria era de fazer imediatamente subir os juros da nossa dívida pública”, disse o ministro da Economia.

O governante defende ainda que Portugal está a crescer suportado pelo investimento e “num contexto de desendividamento". Afirma que o país apresenta já um nível histórico de captação de investimento direto estrangeiro.

“Não há correlação entre o nível da fiscalidade que temos e o nível e o ritmo de investimento. Na verdade, em Portugal, no último ano, a taxa de crescimento do investimento foi de 5,8%, na União Europeia foi de 2,5%. Ou seja, cresceu o investimento em Portugal mais do que na União Europeia. Nós conseguimos, o ano passado, atingir o nível máximo de investimento direto estrangeiro no nosso país que alguma vez tivemos”, argumenta Pedro Siza Vieira.

Falta agora assegurar o crescimento do investimento público, uma área onde o governante admite que o executivo está a ter dificuldades.

O ministro da Economia admite que o Governo tem dificuldades em executar o investimento público. Siza Vieira diz que há dinheiro, mas o problema é levar os concursos públicos até ao fim.

Segundo Pedro Siza Vieira, “o país tem uma situação financeira sólida, que lhe permite projetar a possibilidade orçamental de fazer um ritmo de investimento público significativo, assim possamos nós ter a capacidade de execução dos projetos para que temos dinheiro disponível. Nós temos hoje grandes dificuldades de execução do nosso investimento público”