A Turquia anunciou um acordo com a Ucrânia, a Rússia e a ONU com o objetivo de retomar as exportações ucranianas de grãos bloqueadas pela Rússia, abrindo, assim, perspetivas ao fim de um impasse que expôs milhões de pessoas ao risco de fome.
Segundo o ministro da Defesa da Turquia, Hulusi Akar, o acordo será assinado quando as partes se reunirem novamente na próxima semana e incluirá controles conjuntos para a verificação de grãos nos portos e na Turquia, garantindo a segurança das rotas de exportação do Mar Negro para os grãos ucranianos.
A Turquia também criará um centro de coordenação com a Ucrânia, a Rússia e a ONU para exportação de grãos, disse Akar.
No Twitter, o chefe de gabinete de Volodymyr Zelenskiy, Andriy Yermak, escreveu que este centro vai fazer a monitorização geral e coordenação da navegação segura no Mar Negro”.
No seu discurso diário, o Presidente da Ucrânia disse que estão a ser feitos “esforços significativos para restaurar o fornecimento de alimentos ao mercado mundial”.
“Estou grato às Nações Unidas e à Turquia por seus respetivos esforços”, disse Zelenskiy.
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou o compromisso de todas as partes para garantir “um acordo para a humanidade”. E garantiu que a organização fará integralmente a sua parte para apoiar o processo.
Segundo Guterres foi dado “um passo adiante” para reavivar as exportações ucranianas de grãos, mas advertiu que “agora será necessário um trabalho mais técnico para materializar o progresso de hoje”.
A agência de notícias russa Interfax citou Pyotr Ilyichev, chefe do departamento de organizações internacionais do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, dizendo que a Rússia queria controlar e inspecionar os navios para excluir o contrabando de armas.
Estima-se que mais de 20 milhões de toneladas de grãos ucranianos estão presas em silos no porto do Mar Negro de Odesa e dezenas de navios foram encalhados, após a invasão da Rússia à Ucrânia.