A Associação de Apoio à Vítima (APAV) diz que situações como a encontrada numa academia de futebol de Riba d'Ave, que poderá prefigurar um caso de tráfico de seres humanos, são frequentes e apela, assim, a uma atuação mais eficaz das autoridades.
"Não é a primeira vez que este tipo de situações são reportadas em Portugal", diz à Renascença, a dirigente da APAV Joana Menezes, depois de o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras ter resgatado mais de cem jovens futebolistas alegadamente retidos na "Bsports Academy".
"Parece-nos importante estarmos alerta, enquanto sociedade e autoridades competentes, para podermos identificá-las de forma mais precoce e intervir de uma maneira mais eficaz, para evitar que se prolonguem durante tanto tempo e se voltem a repetir", enfatiza.
A APAV acredita que muitos dos pais destas crianças "estão muito aflitos para as terem de volta" aos países de origem, pelo que devem colaborar "com as entidades de proteção de crianças e jovens em Portugal no sentido de garantir que elas regressam a casa o mais depressa possível".
Joana Menezes, no entanto, apela a que, enquanto cá estejam, sejam "tomadas declarações" para que "possam ser usadas no futuro" na "investigação da situação" e até em julgamento.
Para além disso, a dirigente da APAV destaca a importância de garantir que as crianças têm "assistência não só em termos jurídicos, adequada à idade delas e às suas necessidades", mas também "em termos de alojamento, de acolhimento, de apoio emocional e psicológico", defende Joana Menezes.