O primeiro-ministro voltou hoje a rejeitar a recuperação integral do tempo de serviço dos professores, considerando que o custo "é insustentável para o país" e porque "tem de haver equidade" para todas as carreiras da função pública.
Em entrevista à TVI/CNN, António Costa foi questionado se acompanhava a proposta do PSD de uma recuperação integral do tempo de serviço congelado destes profissionais, ao longo de cinco anos.
"Não, eu tenho sido muito claro. Comigo não há ilusões, por isso não há frustrações. Eu não vou estar a comprometer-me com algo que sei que não posso cumprir e que é insustentável para o país", afirmou.
O primeiro-ministro disse, com ironia, entender que o PSD, "que conviveu bem com o congelamento das carreiras", agora "queira recuperar o tempo perdido", mas apresentou outro argumento para recusar a proposta dos sociais-democratas.
"Não posso recuperar o tempo de uma carreira se não recuperar todas as outras, temos de tratar todos com equidade: aplicámos aos professores o que aplicámos aos outros funcionários públicos", disse, considerando que os Açores e a Madeira -- onde houve recuperação integral do tempo para essa classe profissional -- "tiveram e devem ter tratamento diferenciado".
António Costa defendeu que "há novos temas" na educação e preferiu destacar duas medidas que vão ser aplicadas pelo Governo a partir do próximo ano letivo para esta classe profissional: o aumento de 10 para 63 do número quadros de zona pedagógica, para diminuir a distância de colocação de professores, e a possibilidade de os professores colocados numa escola passarem a poder ser integrados numa escola antes de completarem três anos de horários completos.