Os chefes de equipa das urgências do Hospital Garcia de Orta, em Almada, voltam atrás no pedido de demissão.
Em comunicado enviado à Renascença, a administração do hospital revela que reuniu esta terça-feira com os chefes de equipa do Serviço de Urgência Geral (SUG), para analisar “as questões levantadas” e que originaram o pedido de demissão, com a finalidade de, em conjunto, serem encontradas “medidas de resolução”, nomeadamente no que diz respeito à escala do mês de dezembro.
“A referida escala dezembro do SUG ainda não havia sido validada pelo Conselho de Administração (CA), pelo que ainda estão a ser tomadas medidas que possam garantir a operacionalidade da respetiva escala e consequente reforço da equipa”, esclarece o hospital.
Os especialistas apresentaram esta terça-feira um conjunto de medidas para melhorar o funcionamento dos serviços, medidas que foram “acolhidas” pelo CA. Para o acompanhamento da “implementação” dessas medidas, “já está agendada nova reunião, dentro de uma semana”.
A mesma nota dá conta de diligências em curso, nomeadamente em articulação com o Agrupamento dos Centros de Saúde (ACES Almada-Seixal) e que resulta “num alargamento do horário de funcionamento de doença aguda aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h”, na “disponibilização de 50 consultas por dia para doentes triados com as cores verde e azul”, e ainda “num aumento das consultas do dia em todas as unidades funcionais”.
A administração hospitalar anuncia também que está a “ser revista a gestão de camas, por forma a permitir que os doentes internados pelo SUG possam ser transferidos mais rapidamente para as enfermarias dos vários Serviços de especialidade” e planeadas as “altas hospitalares”.
O reforço do número de camas contratualizadas com entidades externas é outra das medidas que está em avaliação.
Hospital apela a uso “racional” das urgências
O Garcia de Orta confirma que as últimas semanas, o seu SUG tem registado “uma maior afluência por parte de utentes”, dos quais “cerca de 56% representam situações não urgentes”, o que corresponde a pulseiras verdes e azuis.
Apesar deste acréscimo de procura e sobrelotação, o hospital garante que “tem conseguido dar resposta a todos os utentes da sua área de influência, cumprindo os tempos de espera preconizados na triagem de Manchester para os doentes emergentes e urgentes”.
Ainda assim, é pedido aos utentes uma utilização racional dos Serviços de Urgência, uma vez que não sendo casos urgentes, o atendimento de “situações verdadeiramente urgentes e emergentes” é prejudicado, prolongando os tempos de atendimento, com todas as consequências que isso acarreta.
“É vivamente indicado à população de Almada e do Seixal que, em caso de doença aguda, contacte em primeiro lugar a linha SNS 24 808242424, aconselhe-se com o médico assistente ou contacte o seu Centro de Saúde, para uma assistência de maior proximidade”, apela a administração do Garcia de Orta.