Os bispos portugueses apelam aos partidos políticos que assegurem a estabilidade governativa. Em Fátima, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) lembrou que o país tem de estar em primeiro lugar, nesta fase pós-eleitoral.
No final de mais um conselho permanente da CEP e sem querer adiantar muito sobre a posição dos bispos, o padre Manuel Barbosa disse: "Falou-se apenas que se procure que haja estabilidade governativa com responsabilidade, porque o país está em primeiro lugar, tal como o interesse comum. E certamente aqueles que estão em diálogo procurarão junto do Presidente da República encontrar o melhor caminho, a melhor forma de governar o país".
À pergunta se é indiferente para a Igreja Católica ser um governo de direita ou de esquerda a governar o país, o sacerdote respondeu: "Não digo que seja indiferente, mas cada um terá a sua opinião. Neste momento trata-se de ver em concreto como o país vai assumir esta estabilidade governativa, mas não é indiferente, porque isto não pode ser indiferente a ninguém".
O porta-voz realçou "a participação cívica" dos portugueses, apesar da abstenção, e votos nulos e brancos, e disse esperar que "neste processo posterior às eleições o interesse do país esteja sempre em primeiro lugar e não os interesses de grupos ou de partidos".
Desta reunião, em Fátima, saiu também o apelo a que as dioceses prossigam o trabalho de levantamento sobre a disponibilidade para acolher refugiados.
A peregrinação internacional de Outubro ao Santuário de Fátima começa esta segunda-feira. As cerimónias, que têm como tema "Vigiai e Orai", são presididas pelo prefeito emérito da Congregação para os Bispos e também presidente emérito da Pontifícia Comissão para a América Latina, o cardeal italiano Giovanni Battista Re.