Costa pede fim da crise política no domingo "sem acrimónias nem rancores"
27-01-2022 - 00:21
 • Lusa

O secretário-geral do PS define o seu partido como "motor da concórdia nacional".

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O secretário-geral do PS pediu esta quarta-feira que, "sem acrimónias ou rancores", no domingo, se ponha fim a uma crise política "irresponsavelmente aberta no país", e voltou a alertar para a influência da extrema-direita num Governo PSD.

Estas foram duas das mensagens transmitidas por António Costa no discurso que proferiu no encerramento do comício do PS no pavilhão da Sociedade Filarmónica Artística Piedense, em Almada.

No seu discurso, o líder socialista elogiou o sentido de solidariedade dos portugueses no combate à pandemia de covid-19, recusando a lógica do "cada um por si", salientou que já 4,5 milhões de portugueses receberam a dose de reforço da vacina contra a covid-19 e que, apesar do aumento das infeções, o Serviço Nacional de Saúde não está sob pressão.

Neste contexto, António Costa procurou colocar em contraste a resposta deste Governo à crise sanitária e a resposta dada pelo executivo de Passos Coelho em 2011 perante a crise financeira.

"Não houve aumento de impostos nem redução dos salários. Houve mobilização do Estado social e proteção dos rendimentos", declarou, antes de condenar a forma como no parlamento se abriu uma crise política em Portugal ainda em conjuntura de crise sanitária.

"Por já termos vencido a austeridade, a estagnação económica e estarmos a lutar contra a pandemia é que eu não tenho a menor das dúvidas de que, no próximo domingo, vamos também vencer esta crise política que foi irresponsavelmente foi criada em Portugal. É impossível perceber a razão de se ter criado esta crise política", observou, numa crítica indireta a partidos como o PCP e o Bloco de Esquerda.

Neste quadro, de acordo com António Costa, "só há uma resposta a dar no próximo domingo: acabar com esta crise política já no domingo e não a deixarmos prolongar por mais quatro anos".

Pela sua parte, segundo António Costa, haverá diálogo no dia seguinte às eleições.

"O PS tem uma responsabilidade porque foi em todos os momentos o motor da concórdia nacional, o ponto de mobilização das diferentes forças. De novo, é isso que temos de fazer, sem acrimónias, sem rancores, virando a página desta crise e devolvendo ao país aquilo que é fundamental: Estabilidade no país e tranquilidade na vida de cada português", acentuou.

Na parte final da sua intervenção, o líder socialista defendeu que "estão criadas todas as condições de segurança" sanitárias para que os portugueses possam votar e voltou a alertar para uma possível influência do Chega num executivo de maioria relativa liderado pelo PSD.

"Sejamos também muito claros, o voto no PS é certo e seguro, porque não temos um programa escondido. Das duas alternativas que temos, é a única que em circunstância alguma dependerá da tolerância, da complacência acordada ou não acordada com a extrema-direita, porque com a extrema-direita não queremos nada, nada e mesmo nada", frisou.

Segundo António Costa, para o PS, o muro que o "separa da extrema-direita, não começa à porta do Conselho de Ministros".

"O muro começa nos valores fundamentais no qual assenta a dignidade humana. Já vimos bem que nos Açores não foi preciso que a extrema-direita estivesse sentada no Governo Regional para condicionar a política do PSD. Não queremos que na República aconteça aquilo que acontece nos Açores. E, tal como não há almoços grátis, também não há viabilizações grátis de Governo", acrescentou.