O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, está em Pequim, esta quinta-feira, para encontros com altos responsáveis chineses, incluindo o Presidente Xi Jinping, num momento em que a China é palco de manifestações de proporções históricas contra as restrições sanitárias.
Charles Michel terá ainda encontros com o primeiro-ministro Li Keqiang e com presidente do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Wu Bangguo.
A política 'covid zero' da China, com grandes restrições, tem sido alvo de protestos em larga escala em várias cidades chinesas nos últimos dias, sendo o movimento mais difundido desde os protestos pró-democracia duramente reprimidos em 1989, o que já levou o principal órgão de segurança do país a pedir a "supressão" de "forças hostis".
"Charles Michel foi convidado pelo Presidente Xi. Quando somos convidados pelo Presidente chinês, dizemos que não?", questionou esta semana um responsável europeu, em resposta às críticas de que esta viagem é "inadequada".
Durante a visita, onde pretende "manter um diálogo franco" com Xi Jinping, o presidente do Conselho Europeu vai "defender os interesses da UE" e "abordar as questões dos direitos humanos e das liberdades fundamentais", garantiu a mesma fonte.
"O momento desta visita é muito bem escolhido devido à crise económica e energética causada pela guerra na Ucrânia", observou ainda, realçando que Michel "exortará o Presidente Xi a utilizar a sua influência para acabar com a agressão" da Rússia.
A visita de Michel ocorre depois do "debate estratégico sobre a China" realizado pelos chefes de Estado e de Governo da UE, durante uma cimeira em outubro.
As relações entre a UE e Pequim deterioraram-se após a adoção pelos 27 Estados-membros, em 2021, de sanções após acusações de violações de direitos humanos na região chinesa de Xinjiang.