Quatro pescadores morreram e um encontra-se em estado grave depois de um naufrágio que ocorreu este sábado de manhã ao largo da Figueira da Foz.
Os homens foram retirados da embarcação e as primeiras informações apontavam para cinco feridos em estado grave, mas entretanto confirmou-se que quatro das vítimas morreram e um encontra-se sob vigilância e com insuficiência respiratória, tendo sido transferido, entretanto, para o Hospital de Coimbra.
A morte dos quatro pescadores foi confirmada na Figueira da Foz pelo presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes.
Segundo comunicado da Autoridade Marítima Nacional (AMN), os quatro tripulantes seguiam numa embarcação marítimo-turística, que transportava cinco pessoas. O alerta foi dado cerca das 07h00, através de uma das vítimas que conseguiu chegar a terra.
A AMN explica que, na sequência do alerta e após as buscas levadas a cabo por elementos da Estação Salva-vidas e do Comando Local da Polícia Marítima da Figueira da Foz, bem como uma aeronave da Força Aérea Portuguesa, elementos dos Bombeiros Sapadores e dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz e do INEM, as outras quatro pessoas que estavam desaparecidas foram "localizadas na zona da rebentação da praia do Hospital".
No areal foram "iniciadas as manobras de reanimação por parte do INEM", sendo depois as vítimas "transportadas em estado crítico para uma unidade hospitalar pelos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz e pelo INEM".
As causas do acidente na praia do Hospital, situada a sul da barra da Figueira da Foz, estão "ainda por apurar", informa a AMN.
Fonte da comunidade piscatória local avançou à agência Lusa que se tratava de uma embarcação de pesca desportiva com cerca de sete metros, que saiu da barra da Figueira da Foz.
As condições de navegabilidade à hora do acidente eram difíceis, sublinha a mesma fonte, devido ao muito nevoeiro e ao mar agitado que se fazia sentir.
Tolerância Zero
Este é o mais recente de uma longa série de naufrágios numa barra de mar com condições de navegação muito complexas.
Em Outubro de 2015 um arrastão com mais de 20 metros, o Olivia Ribau voltou-se, causando a morte de cinco pescadores.
Há pouco António Lé, da Associação de Armadores da Figueira da Foz, pede tolerância zero em matéria de segurança.
"Mais uma vez assola a Figueira, vem de encontro àquilo que tanto vimos a pedir ao Governo que olhe para as condições da Barra, as condições de perigosidade da Barra, e mais uma vez se consumou, não só porque não temos boas condições de acessibilidade ao porto de pesca em termos de segurança, porque é a segurança dos desportistas náuticos, da pesca profissional e do porto comercial.
As condições do mar não eram as melhores, tendem a piorar, e a autoridade, a nossa capitania, proteção civil e nós todos temos de começar a pensar seriamente, enquanto não temos as melhores condições, de ter tolerância zero quando estão anunciadas situações menos desagradáveis ou de desconfiança do mar.
[Notícia atualizada às 14h03]