O primeiro-ministro português anunciou hoje que deu instruções para que as embaixadas de Portugal na Ucrânia e nos países limítrofes concedam vistos imediatos para cidadãos ucranianos, estando o Governo numa "ação ativa" de "identificação de oportunidades de trabalho".
"Portugal, que tem o privilégio de há vários anos ter entre nós uma comunidade ucraniana tão bem inserida, tem reafirmado a total disponibilidade para acolher todos aqueles que queiram prosseguir a sua vida entre nós, e foram já transmitidas instruções, quer à nossa embaixada na Ucrânia, quer nos países limítrofes, para a concessão de visto imediato para poderem vir para Portugal", afirmou António Costa.
O primeiro-ministro falava numa conferência de imprensa no Ministério da Defesa, pouco depois de ter participado numa cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), que decorreu por videoconferência, e em que também participaram os líderes da Suécia e da Finlândia, centrada na invasão da Ucrânia pela Rússia.
António Costa indicou que está a ser "operacionalizado com o Ministério das Finanças, com o Ministério do Trabalho, com o Ministério da Economia, uma ação ativa de identificação de oportunidades de trabalho e também de atribuição imediata de números de segurança social, de números de contribuinte, para que a autorização de residência possa ter pleno efeito entre todos aqueles que entendam que deve ser em Portugal que podem prosseguir as suas vidas".
O primeiro-ministro manifestou "profunda solidariedade para com o povo ucraniano", que qualificou como "a principal vítima" da operação militar russa que, "se desenvolvendo em larga escala, aumenta também significativamente as baixas que estão a ser infligidas à população civil".
Costa informou também que os líderes dos Estados-membros da NATO reafirmaram que, tanto no que se refere à Aliança como à União Europeia (UE), é necessário "uma visão de 360 graus relativamente à necessidade de reforçar a sua segurança energética, de forma a não ficar tão dependente como está do fornecimento de gás de origem russo".
"Por outro lado, manifestámos também a nossa solidariedade para com os países que, estando na fronteira com a Ucrânia, previsivelmente serão destinatários em primeiro lugar de refugiados que pretendam obter proteção internacional face à situação de guerra vivida no seu país", frisou.
O Alto Comissariado para as Migrações (ACM) criou um e-mail específico, sosucrania@acm.gov.pt, para que seja dada informação aos cidadãos que queiram vir para Portugal, para além de também estar disponível a Linha de Apoio a Migrantes, em ucraniano, através do contacto +351 218 106 191. Para saída da Ucrânia e vinda para Portugal os cidadãos podem também contactar o Gabinete de Emergência Consular através dos contactos seguintes + 351 217 929 714; + 351 961 706 472.