O PS arranca esta quinta-feira dois dias de jornadas parlamentares em Caminha, com o objetivo de mostrar como o país conseguiu enfrentar o embate da pandemia.
A líder da bancada socialista, Ana Catarina Mendes, fez um périplo, antes do Estado da Nação e das jornadas, para preparar esse debate e para "mostrar que há um país que não parou; mobilizou-se, reinventou-se, recriou-se". Garante que "não foram à procura dos exemplos de sucesso, mas encontraram inúmeros exemplos de sucesso". E é sobre isso que querem falar.
Ana Catarina Mendes descreve como "extraordinário" o exemplo que viu de "parcerias entre as várias instituições da sociedade civil com as autarquias, com o governo, com instituições de ensino superior, de solidariedade social, que permitiram responder aos assuntos mais urgentes".
Num encontro com jornalistas para fazer a antecipação das jornadas, a líder parlamentar do PS destacou que viu no terreno a importância das medidas como o lay-off, os apoios às empresas ou o aumento do investimento público no Serviço Nacional de Saúde.
O conceito destas jornadas é trazer estes exemplos para o debate com os deputados, para discutir o futuro, designadamente para "aproveitar o Plano de Resiliência e Recuperação, que vai trazer muito dinheiro", diz.
O PS convidou empresas que conseguiram sobreviver e resistir ao impacto da pandemia, instituições que inovaram ou prestaram importantes apoios sociais e diz que quer "olhar para a frente". Os jornalistas questionaram a líder parlamentar sobre pessoas e empresas que ficaram para trás e que ainda estão a ter dificuldades; Ana Catarina Mendes reconhece que não está tudo bem, mas insiste: isso não retira o "esforço hercúleo que foi feito, quer no orçamento do Estado, quer nos fundos comunitários que vieram". Prefere apontar críticas à oposição à direita, que reclama que não há apoios suficientes, mas que votou contra o orçamento do Estado com o argumento de que dava tudo a todos.
Perante a insistência dos jornalistas, Ana Catarina Mendes garante que "não estão à parte os mais vulneráveis que vão continuar a precisar do apoio do Estado", mas torna à ideia: "ignorar que há casos positivos, de um governo que não virou as costas, de autarquias que não viraram as costas, também é ignorar a realidade".
Ainda interpelada sobre se haverá propostas a sair destas jornadas para dar respostas a essas pessoas que continuam a precisar de apoio, a deputada disse que só em setembro, na preparação do próximo Orçamento do Estado,
Sem ministros, como é muitas vezes apanágio dos partidos no poder, em Caminha, só António Costa, primeiro-ministro, vai falar aos deputados, ainda esta quinta-feira, antes de partir rumo à Angola, para a cimeira da CPLP.
Em Caminha, o PS aposta numas jornadas "ao ar livre", e a promessa de cumprir todas as regras sanitárias, apesar de sere, 108 deputados.