O bastonário da Ordem dos Advogados, Menezes Leitão, considera que a causa da morte da funcionária do IPO do Porto deve ser divulgada. Contudo, esclarece, “se existe segredo de justiça, significa que foi aberta uma investigação criminal”.
“Precisamente por esse motivo estará em segredo de justiça enquanto decorrer a investigação criminal, para saber o que se passou relativamente à morte desta funcionária”, explica à Renascença.
Menezes Leitão lembra também que “o óbito é um facto público e tem de ser inscrito no registo civil”, sendo que “nas certidões de óbito consta a causa da morte”.
“Portanto, não estamos a ver justificação para não se explicar a razão por que a morte ocorreu”, remata.
Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, considera que o resultado da autópsia só será conhecido no final da investigação que está a decorrer.
“Se está em segredo de justiça, poderá estar a haver alguma investigação adicional por um motivo qualquer, que as autoridades acham que se justifica. O próprio relatório da autópsia não vai estar disponível até a investigação final estar concluída”, analisa.
Na opinião deste bastonário, o essencial foi dito: não há relação entre a morte e a vacina contra a Covid-19.
“Naquilo que é o interesse público, se esta situação está ou não ligada à vacina que fez dois dias antes, essa informação, o ministério já deu. Não tem nada a ver com a vacina. Nós gostávamos de saber o que é que se passou e o ministério não dá porque está em segredo de justiça”, resume Miguel Guimarães.
“Agora, porque é que está em segredo de justiça, não sei. Esta é uma questão que vamos tentar perceber e que se vai saber mais cedo ou mais tarde”, conclui.
A funcionária do IPO do Porto, de 41 anos, morreu dois dias depois de ter sido vacinada e, de acordo com a família, não tinha problemas conhecidos de saúde. A causa concreta da morte ainda não foi divulgada, mas o Ministério da Justiça garante que não está relacionada com a vacina. Essas são, avançou em comunicado, as conclusões preliminares da autópsia.
Fonte do Ministério Público disse à Renascença que “a comunicação do óbito deu origem a inquérito com vista à averiguação da causa da morte, como acontece em qualquer comunicação de óbito cujas causas são desconhecidas”.
O inquérito corre termos no DIAP da Procuradoria da República do Porto.
[notícia atualizada às 19h18]