Os dirigentes sindicais chegam à quinta ronda negocial com o Governo, relativo a um novo modelo de colocação e recrutamento de professores, pouco optimistas e consideram difícil alcançar um acordo.
À entrada para a reunião, o secretário-geral da Fenprof disse que "não vai haver acordo nenhum" com o Ministério da Educação, que acusou de "voltar atrás" em algumas matérias.
"Não sei se [o ministério] está a brincar com os professores, se está a brincar aos concursos, se está a brincar às estabilidades. Já ouvi dizer que o ministro tinha dito que estávamos muito perto do acordo, mas deve ser um acordo entre o senhor ministro e o secretário de Estado", acusou Mário Nogueira.
Entre os pontos que a Fenprof considera que o Governo "voltou atrás" está o facto de os professores dos quadros de uma escola (Quadro de Escola) "continuarem a poder ser colocados por esses concelhos nos Quadros de Zona Pedagógica (QZP)".
"Os professores dos QZP que vão entrar este ano nos quadros ficam obrigados a concorrer ao país inteiro", acrescentou.
Sobre o facto de os concursos passarem a ser anuais, o secretário-geral da Fenprof lembrou que "metade dos professores já não concorre".
Em relação a outras reivindicações que os professores dizem não abrir mão - como a recuperação do tempo de serviço congelado ou o fim das vagas e quotas de acesso aos 5.º e 7.º escalões - o sindicalista diz que a tutela "simplesmente ignorou".
Os docentes não abdicam da recuperação integral do tempo de serviço que esteve congelado, matéria que o Governo considera inegociável. Um ponto que leva André Pestana, do STOP, a considerar difícil que seja conseguido um acordo.
Os docentes não abdicam da recuperação integral do tempo de serviço que esteve congelado, matéria que o Governo considera inegociável. Um ponto que leva André Pestana, do STOP, a considerar difícil que seja conseguido um acordo.
“Infelizmente, acho que que não vai haver acordo. Esperemos que haja bom-senso e que, pelo menos, até sexta-feira venham novas propostas… que vão ao encontro das exigências das dezenas de milhar de docentes e não docentes que se têm mobilizado de forma inédita em Portugal.”
“Nunca se viu uma luta na educação em Portugal como tem acontecido desde dezembro. É uma luta que revela um grande sacrifício”, sublinha.