​Reclusos têm acesso fácil lâminas, alertam guardas prisionais
05-06-2020 - 13:24
 • Liliana Monteiro

Sindicato pede medidas para garantir "a segurança não apenas de reclusos, mas também de profissionais do corpo da guarda prisional”.

Na sequência da utilização de uma lâmina por parte do pai de Valentina, preso preventivamente no estabelecimento Prisional de Lisboa, o Sindicato Nacional dos Guardas Prisionais alerta para a perigosa circulação de lâminas no sistema prisional.

Numa nota divulgada à comunicação social, o sindicato diz que é preciso “encetar diligências por forma a reduzir e evitar situações de uso de lâminas por parte de reclusos, que colocam em causa a segurança não apenas de reclusos, mas também de profissionais do corpo da guarda prisional”.

Lamentam ter enviado, em fevereiro passado, uma exposição ao diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rómulo Mateus, e não terem visto qualquer consequência.

Nessa comunicação falavam em “inúmeras situações, ocorrências e agressões protagonizadas por reclusos que envolvem lâminas que eles próprios retiram das lâminas de barba que lhes são distribuídas, retirando o plástico”, explicavam os guardas que tal prática tinha já levado a agressões a guardas em Sintra e Coimbra, técnica usada para tentarem fugir.

Além disso o sindicato alertava o diretor Rómulo Mateus para o facto de as “lâminas servirem e serem utilizadas como ferramenta para comércio e consumo de droga no interior das unidades orgânicas”. ‘Por diversas vezes são encontradas lâminas destas nas camas, dentro de livros, nas roupas e outros lugares da habitação dos reclusos’, relatavam os guardas prisionais.

Os guardas queixam-se de “a maioria dos diretores não dar o devido andamento a estas informações”, e sugere ‘a aplicação de sanções disciplinares aos reclusos que tenham na sua posse lâminas desmontadas que servem para cortar e agredir sendo também um meio de contágio infecioso”.

Nesta nota enviada às redações o sindicato liderado por Jorge Alves lamenta que na resposta a Direção Geral tenha apenas tomado boa nota dos factos apresentados, alegando que as descrições eram genéricas, e não concretas, não se justificando atuação da Inspeção Geral, arquivando o caso.