O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga, esta segunda-feira, o maior excedente orçamental registado no Portugal democrático e que superará a conquista do antigo ministro das Finanças Mário Centeno quando em 2019 alcançou o primeiro saldo positivo desde 1974.
Os economistas consultados pela Lusa preveem, em contabilidade nacional (a que conta nas comparações internacionais) um excedente entre 1% e 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), acima dos 0,8% projetados pelo Ministério das Finanças em outubro.
A execução orçamental do ano passado dá fortes sinais de que o resultado poderá ficar acima do esperado, já que o Estado (na ótica de caixa) registou um excedente de 4.330 milhões de euros em 2023, valor que contrasta com o défice de 3.437 milhões de euros em 2022, e essa tem sido a expectativa dentro do governo demissionário.
Entre as principais instituições nacionais e internacionais económicas, o Banco de Portugal prevê um excedente de 1,1%, o Conselho das Finanças Públicas de 1%, a Comissão Europeia de 0,8%, enquanto o Fundo Monetário Internacional aponta para 0,2%.
A concretizarem-se as previsões, o excedente de 2023 supera o de 0,1% registado em 2019, ano em que o antigo ministro das Finanças, Mário Centeno, entrou para a história económica como o primeiro governante no Terreiro do Paço a conquistar um saldo orçamental positivo no período democrático.