Os comentadores queriam a dissolução do Parlamento e a queda do Governo, mas o povo não, afirmou esta sexta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações aos jornalistas no Peso da Régua, à margem das comemorações do 10 de Junho, o chefe de Estado explicou porque não ativou a chamada "bomba atómica" política.
“Quero ser muito sincero. Acho que havia muitos comentadores que queriam que eu dissolvesse [o Parlamento], mas eu tinha a noção de que o povo não queria que eu dissolvesse. Queria que eu chamasse à atenção do Governo para dizer o que eu disse no dia 4: às vezes, é preciso mudar o que não está bem antes que seja depois muito tarde. Foi isso que eu quis dizer, foi uma prevenção”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
“Agora, por causa disso não vamos deitar o jogo abaixo numa altura em que deitar o jogo abaixo podia ter mais custos que vantagem para o país. Eu tinha a noção que muitos comentadores diziam: ‘dei-te o jogo abaixo e começa-se de novo’. E do outro lado diziam: ‘Não’. Por isso é que é mais difícil ter maioria absoluta do que não ter”, sublinhou o Presidente da República.