O Governo incumbiu esta quinta-feira a nova administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de fazer uma "auditoria independente" aos actos de gestão do banco "praticados a partir de 2000".
Depois da reunião do Conselho de Ministros, o ministro das Finanças disse esperar que esta auditoria possa esclarecer dúvidas e travar a "perturbação" sobre o banco.
"A forma de conter essa perturbação passa claramente por dar este sinal do Governo de que aquilo que é o passado da CGD possa ser analisado neste momento de transição", vincou Centeno.
O ministro nunca citou directamente a antiga titular da pasta das Finanças, mas no comunicado do Conselho de Ministros é realçado que "membros do governo anterior, nomeadamente a ex-ministra das Finanças [Maria Luís Albuquerque], suscitaram dúvidas sobre a legalidade de actos de gestão praticados até 2015, relativamente aos quais nunca solicitaram informação adicional".
"A Caixa não pode ser instrumento partidário. É uma empresa que funciona num mercado muito competitivo e todos temos de contribuir para a garantia de que a Caixa é um banco sólido, supervisionado", prosseguiu Mário Centeno.
O titular da pasta das Finanças realçou que a auditoria será pedida "não obstante" os vários mecanismos de controlo existentes a nível de regulação e supervisão, não só de entidades portuguesas mas também de organismos europeus.
"Este processo será articulado dentro da CGD pela nova administração da forma mais natural. As auditorias são processos naturais na vida das empresas, em particular com a relevância económica e financeira das que operam no sistema bancário", acrescentou ainda o ministro das Finanças.