Nos centros de saúde, o cenário é de preocupação, alerta a Associação de Enfermeiros de Cuidados de Saúde Primários. À Renascença, Vítor Marques diz que a falta de recursos está a limitar o acesso a estes cuidados.
“Verifico que há uma grande dificuldade, porque os recursos humanos foram canalizados para a vacinação, foi dada prioridade à vacinação e com isto os centros de saúde estão com dificuldade”, aponta.
A situação “já vem desde que começou a pandemia, mas está cada vez mais complicada, porque nós sentimos que as pessoas, ao longo destes meses todos, têm estado os cuidados a que estavam habituados”, afirma.
Ou seja, “de facto têm um acesso muito dificultado aos cuidados primários, nomeadamente nas consultas de rotina, inclusivamente para diabéticos, grávidas, saúde infantil. Tudo está muito reduzido”, conclui.
Na terça-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, reconheceu que os cuidados de saúde primários vivem alguma “fragilidade” o que “acaba por levar muitos doentes” a deslocarem-se “aos serviços hospitalares”, o que “traz uma pressão acrescida” aos hospitais numa altura crítica.