Cerca de 136 mil jovens de todo o mundo já iniciaram a sua inscrição na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJLisboa2023), agendada para o período de 1 a 06 de agosto do próximo ano, na capital portuguesa.
Catarina Mota, responsável pelo departamento de acolhimento ao peregrino no Comité Organizador Local (COL) da JMJLisboa2023, manifestou esta quinta-feira satisfação “com este interesse que os peregrinos têm mostrado na Jornada Mundial da Juventude”.
Sublinhando que a organização não está a olhar para o processo de inscrições “como uma corrida”, Catarina Mota adiantou que “este é um processo longo”, pois aos peregrinos que iniciam a sua inscrição são pedidas “algumas informações, por questões de logística, que é normal os peregrinos não terem de momento, como por exemplo, a que horas chegam e como chegam a Lisboa”.
“O processo [de inscrição] é simples, no entanto, é pedida uma série de informações, pois temos de ter um plano. Não podemos achar que chega meio milhão ou 600 mil pessoas a Lisboa e não estarmos preparados para isso, em termos de horários, por exemplo”, exemplificou Catarina Mota à agência Lusa.
“A hora exata de chegada a Lisboa, o número de peregrinos que vão trazer, quantos sacerdotes vêm no grupo, são informações necessárias para a inscrição, que é para nós podermos acolher essas pessoas da melhor forma, mas é normal nesta altura que os grupos ainda não tenham essa informação”, acrescentou.
Quanto ao facto de já cerca de 136 mil jovens terem iniciado o processo, Catarina Mota disse que “este número é já impressionante, não só pela quantidade, como pela diversidade”.
“Desde que iniciámos este trabalho, sempre tivemos o desejo de conseguirmos uma representatividade de quase todos os países do mundo, que todos os países do mundo enviassem pelo menos uma pessoa à JMJ. Olhando agora para os números que temos diante de nós, vemos que destes cerca de 136 mil inscritos há mais de 120 países de proveniência, não só da Europa, mas também da América do Norte, Central e do Sul, e de África”, adiantou a responsável pelo departamento de acolhimento ao peregrino no COL.
Especificando, Catarina Mota disse à Lusa que, “da Europa, claramente Portugal e Espanha, que como já seria expectável, são os países que mais se destacam, mas logo a seguir estão, sem diferenças muito significativas, a Polónia, a Itália e a Alemanha como países neste momento com maior representatividade”.
“No continente americano, temos os Estados Unidos, o Brasil, o México o Equador, que estão também com grande força”, enquanto em África “não temos um país que se destaque em relação a outros, mas já temos uma grande diversidade de países, além de Moçambique, Angola e Guiné-Bissau, que já têm esta relação histórica connosco”, acrescentou a responsável.
Quanto às questões colocadas pelos jovens aquando da inscrição, Catarina Mota revelou que não tem havido “um grande volume de dúvidas”, reconhecendo, no entanto, que “há sempre a questão de países que precisam de vistos, havia também a preocupação sobre os valores de participação, já resolvida, algo que para países mais desfavorecidos é sempre um fator a ter em consideração, principalmente a deslocação para Lisboa”.
Com quatro pessoas a trabalhar neste momento na sede do COL, em Lisboa, o departamento de acolhimento ao peregrino admite que, a partir de março ou abril de 2023, quando se prevê que os processos de inscrição dos grupos comecem a ser fechados, se possa ter uma ideia do volume de jovens que viajarão para Portugal para a JMJLisboa2023.
O Papa Francisco foi o primeiro peregrino a inscrever-se, no dia 23 de outubro, no Vaticano, para o encontro mundial agendado para a capital portuguesa.
O gesto de Francisco ocorreu após a recitação do Angelus, na Praça São Pedro, marcando a abertura das inscrições para a JMJLisboa2023, considerado “o maior encontro de jovens de todo o mundo com o Papa”, que vai ter como tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente”.
O anúncio do Papa foi feito na companhia de duas jovens portuguesas estudantes do programa Erasmus em Roma - Maria de Assis, natural de Lisboa e estudante de arquitetura, e Diana Lourenço Gonçalves, natural de Braga e estudante de medicina, ambas na Universidade La Sapienza, segundo informação da organização da JMJLisboa2023.
Dois dias depois, foi a vez do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fazer a sua inscrição na JMJLisboa2023, no edifício onde funciona o COL, na antiga Manutenção Militar, no Beato, em Lisboa.
Na ocasião, o chefe de Estado considerou que a JMJLisboa2023 “vai ser o maior encontro coletivo jamais existente em Portugal”.
Quem pretenda inscrever-se (peregrinos, voluntários, participantes do Festival da Juventude ou da Feira das Vocações, bem como os bispos), pode fazê-lo site oficial da Jornada, em www.lisboa2023.org/pt/.
O COL já esclareceu que nenhum momento daquele encontro mundial com o Papa será pago.
O “pacote” para a semana da JMJ, incluindo alojamento, alimentação, transportes locais, seguro de acidentes pessoais e kit do peregrino está fixado em 235 euros, com desconto de 10% até 31 de dezembro e 5% até 15 de março.
O preço sobe para 255 euros, se o peregrino necessitar de acrescentar um dia à permanência, antes ou depois da JMJ, nomeadamente devido à data das viagens.
O preço mais barato na inscrição é de 90 euros, para os peregrinos que apenas desejem seguro, transporte e kit.
Há ainda “pacotes” para o fim de semana (quatro dias), com valores entre os 100 e os 140 euros, e para apenas a vigília e a missa final, entre os 50 e os 60 euros.
A JMJLisboa2023, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para o verão deste ano, mas foi adiada um ano, devido à pandemia de covid-19.