Meghan Markle revelou, este domingo, que foi alvo de comentários discriminatórios por parte da "entourage" da família real britânica durante a primeira gravidez.
Em entrevista a Oprah Winfrey, os duques de Sussex explicaram os vários motivos que os levaram a abandonar a sua ligação à realeza, com Meghan Markle a confessar que chegou a pensar no suicídio, tamanha era a pressão, especialmente por parte dos meios de comunicação britânicos.
"Tudo estava a acontecer só pelo simples facto de eu estar a respirar. Eu, simplesmente, já não queria viver. Isso era claro, real, assustador... E era algo em que pensava constantemente", admitiu Meghan, na primeira parte da entrevista à apresentadora norte-americana, transmitida na totalidade esta madrugada, na CBS.
Meghan terá sido aconselhada a não sair de casa durante meses para escapar dos ataques dos tabloides e acabou por pedir ajuda psicológica à "firma" (nome que o casal atribui aos elementos que trabalham junto da Família Real britânica), mas esse apoio foi-lhe vedado. "Foi-me dito que não podia [pedir ajuda psicológica]", contou, acrescentando que lhe foi dito que tal apoio poderia "não ser bom para a instituição".
Durante a primeira gravidez, Meghan adianta mesmo que existiram "conversas" com Harry sobre a eventual cor de pele de Archie: "Quando estava grávida, as conversas eram sobre 'não lhe vai ser conferida segurança, os títulos' e também havia a preocupação sobre o quão escura poderia ser a pele dele."
O Palácio de Buckingham recusava-se, assim, a conferir segurança à criança, bem como um titulo de nobreza. "Havia conversas e preocupações sobre quão escura seria a cor do bebé", assegurou, perante a incredulidade de Oprah.
Meghan não revelou a identidade de quem fez tais indagações, mas admitiu que as mesmas foram feitas ao marido.
Mais brando foi Harry, que, no entanto, lamentou a falta de apoio público da família perante ataques racistas, naquilo que ambos descreveram como uma "autêntica campanha de difamação" do casal por parte da imprensa britânica.
Já habituado aos tabloides, Harry anteviu que nada "ia acabar bem" quando se apercebeu do "elemento racista" dos ataques.
O enfoque do príncipe recaiu sobre o pai, que, queixou-se, deixou de lhe atender as chamadas, deixando-o "realmente decepcionado", especialmente porque imaginou que Carlos "saberia a dor", tendo "passado por algo semelhante" com a mãe de Harry, a princesa Diana. "Vou amá-lo sempre, mas tenho muita mágoa", desabafou.
Harry atribui a saída da família real à esposa, garantindo que "estava preso" à realeza e foi a mulher que o "salvou". Apesar de tudo, ambos deixam rasgados elogios à rainha, a quem não atribuem nenhuma culpa perante o cenário que os levou a abdicar do estatuto (e apoio financeiro) real e a refugiar-se fora do Reino Unido.
Durante as duas horas de entrevista a Oprah Winfrey, Harry e Meghan tiveram ainda tempo para admitir que se casaram em segredo três dias antes da cerimónia oficial a que o planeta assistiu. Para além disso, revelaram estar à espera da chegada de uma menina já este verão.