O presidente do Instituto Técnico Artístico e Profissional (ITAP), instituição detida pelo município de Coimbra, apresentou a demissão após pedido de renúncia pelo presidente da Câmara.
Na última reunião da Câmara de Coimbra, o presidente da autarquia, José Manuel Silva, tinha defendido a demissão do atual presidente do ITAP, Antero Braga, depois de a Prodeso, empresa municipal que detém aquela escola profissional, ter registado um prejuízo de 238 mil euros em 2022 e uma perda de 54% dos alunos nos últimos cinco anos.
"Na sequência da última reunião da Câmara, o presidente da gerência apresentou o seu pedido de renúncia, que agradeço. Estão agora reunidas as condições para uma mudança de ciclo na Prodeso/ITAP, que bem necessária e urgente era", disse José Manuel Silva, durante a reunião do executivo de hoje, no período antes da ordem do dia.
O presidente da Câmara de Coimbra, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós,Cidadãos!, PPM, Aliança, RIR e Volt), tinha criticado na última reunião a atual situação do ITAP, presidida pelo advogado Antero Braga (nomeado pelo anterior executivo liderado pelo PS).
Durante a reunião de hoje, José Manuel Silva assumiu um erro dos serviços, que não tinham feito seguir a sua comunicação, a pedir à gerência da Prodeso para que "apresentasse a sua demissão, face aos resultados negativas e à ausência de perspetivas de futuro".
A gerência, assim que tomou conhecimento dessa intenção pelo executivo, apresentou o pedido de renúncia, referiu.
"A Prodeso é muito importante para a Câmara, para Coimbra e para os seus alunos e necessita de uma renovação profunda e de uma nova e ambiciosa estratégia para que o ITAP, que conta já com 30 anos, possa reanimar, crescer e voltar a afirmar-se", vincou.
A vereadora do PS Regina Bento voltou a questionar o executivo sobre o futuro da Casa da Escrita, situada na Alta de Coimbra, depois de tomar conhecimento de que a Associação Portugal Brasil 200 anos vai realizar o ciclo "Cidadania da Língua", entre 23 de junho e 02 de julho, com muitas das iniciativas a decorrer naquele espaço da autarquia.
Regina Bento perguntou se a gestão da Casa da Escrita será cedida àquela associação, cujo presidente é José Manuel Diogo e cujo presidente da assembleia geral é o ex-reitor da Universidade de Coimbra e irmão do presidente do município, João Gabriel Silva.
"A Associação Portugal Brasil 200 anos é muito recente, foi criada em novembro de 2021, com um propósito específico, não se compreendendo a sua relação com a Casa da Escrita", criticou.
Na resposta, José Manuel Silva disse que a vereadora poderia "ficar tranquila", que a gestão da Casa da Escrita "continuará a ser municipal".
Durante a sua intervenção, Regina Bento também pediu informações sobre o contrato de assessoria em marketing por parte da empresária israelo-americana Nirit Harel e de José Manuel Diogo, que foi celebrado em outubro e que já deveria ter terminado.
O autarca esclareceu que o contrato foi suspenso, por estar dependente da disponibilidade de técnicos municipais para atividades previstas no contrato de assessoria de marketing para captação de investimento internacional.