O recuo dos socialistas sobre o aumento do Imposto Único de Circulação (IUC) é bom para os portugueses, mas mau para a credibilidade política, afirma o líder do PSD, Luís Montenegro.
“Aquilo que até ontem era uma necessidade enorme de ter um resultado na transição ambiental mais favorável e mais intenso, hoje passou a ter um enquadramento completamente diferente”, declarou esta quarta-feira, no Algare, o presidente social-democrata.
Para Luís Montenegro, o episódio em torno do IUC “não abona em favor da credibilidade dos governos e dos partidos que têm esta forma de ziguezague, em matérias tão importantes e que têm um impacto grande na vida das pessoas”.
O Partido Socialista (PS) apresentou na terça-feira uma proposta para eliminar o aumento do Imposto Único de Circulação (IUC) para automóveis e motociclos anteriores a 2007, que consta da proposta de Orçamento do Estado para 2024.
Na exposição de motivos que acompanha a proposta, o Partido Socialista utiliza os mesmos argumentos que os partidos da oposição têm usado nas últimas semanas para criticar o aumento do IUC para carros e motociclos com matrícula anterior a 2007.
Diz o PS que muitos cidadãos não têm meios financeiros para substituir o carro velho por um mais recente.
O líder parlamentar do Partido Socialista (PS) explicou a medida esta quarta-feira. Eurico Brilhante Dias disse aos jornalistas que foram anunciadas eleições antecipadas para 10 de março do próximo ano e que “o grupo parlamentar sempre entendeu que devia fazer uma proposta de alteração, até porque a medida era de longo prazo e que não se cingia a 2024”.
Noutro plano, Luís Montenegro considerou normal que o primeiro-ministro assuma funções de ministro das Infraestruturas, na sequência da demissão e exoneração de João Galamba, numa altura em estão marcadas eleições legislativas antecipadas.
“Vejo com normalidade que isso tenha sido a solução encontrada na orgânica do Governo”, disse Luís Montenegro no final de uma reunião com empresários do setor turístico do Algarve.