O Bloco de Esquerda apoia o adiamento do levantamento de restrições impostas pela pandemia na região de Lisboa e Vale do Tejo, destacando que é importante aumentar a vigilância nas empresas de construção e trabalho temporário.
“Compreendemos que estando a região de Lisboa e Vale do Tejo com um pico de casos, não possa nesta região continuar a reabertura porque precisamos de proteger a população”, afirmou este sábado a coordenadora do Bloco, Catarina Martins, em declarações aos jornalistas.
O reforço da vigilância epidemiológica em atividades com elevado número de focos de infeção, como obras de construção civil e trabalho temporário, foi uma das conclusões anunciadas na sexta-feira no final do Conselho de Ministros pelo primeiro-ministro, António Costa.
O Governo decidiu adiar na área metropolitana o levantamento de algumas restrições previstas na terceira fase de desconfinamento, impondo regras especiais sobretudo relacionadas com atividades que envolvem “grandes aglomerações de pessoas”.
“Sabemos que parte dos surtos tem surgido em populações deslocadas que estão a habitar em circunstâncias muito precárias, transportadas pelas próprias empresas de trabalho temporário, de uma forma que não só não cumpre as orientações de saúde como não respeita os trabalhadores”, apontou Catarina Martins.
A coordenadora do Bloco salientou que “a enorme precariedade e vulnerabilidade” destes trabalhadores os torna alvos de contágio pelo que “é uma boa ideia começar a haver fiscalização e regras sobre estas empresas”.
Catarina Martins destacou ainda que é “muito importante que se façam realojamentos rápidos” de pessoas doentes, uma das medidas aplicadas à região de Lisboa decidida na reunião do executivo, sobretudo “em situações de habitação sem salubridade”.
O Governo aprovou sexta-feira novas medidas para entrarem em vigor em 1 junho, com destaque para a abertura dos centros comerciais (à exceção da Área Metropolitana de Lisboa, que continuarão encerrados até, pelo menos, 4 de junho), dos ginásios ou das salas de espetáculos.
Estas medidas juntam-se às que entraram em vigor no dia 18 de maio, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.