Os agricultores espanhóis protestam esta sexta-feira pelo quarto dia consecutivo em diversas regiões do país, com cortes de estradas e concentrações em centros urbanos e um apelo ao bloqueio de ruas de Madrid no sábado.
As manifestações estão a ser convocadas pelas três confederações agrícolas espanholas e também por grupos informais, que usam as redes sociais para a mobilização dos agricultores.
No início do quarto dia de protestos em Espanha contra políticas e regulamentos europeus para a Agricultura, tal como está a acontecer noutros países da União Europeia (UE), há estradas e autoestradas cortadas em regiões como Extremadura, Aragão ou Comunidade Valenciana.
Para hoje, as confederações agrícolas marcaram ainda protestos para as províncias de Zamora (Castela e Leão), Badajoz (Extremadura) e Bilbau (País Basco), enquanto nas redes sociais a autodenominada Plataforma 6F (numa alusão aos dia 6 de fevereiro, quando arrancaram as manifestações) apelou a concentrações em frente das Delegações do Governo espanhol em todas as regiões autónomas.
Esta Plataforma 6F, que se desmarca das confederações agrícolas e tem protagonizado várias das mobilizações dos últimos dias, tem também estado a apelar ao protesto em Madrid, com caravanas de tratores e outros veículos, no sábado.
O objetivo, assume a plataforma, é cortar os acessos a Madrid a partir da madrugada e durante o dia de sábado.
Os agricultores em Espanha têm, sobretudo, cortado estradas e acessos a centros logísticos, como portos, mas também levado tratores para os centros de cidades, como aconteceu na quarta-feira em Barcelona.
As autoridades espanholas detiveram 20 pessoas desde terça-feira nestes protestos.
Mais de 5.200 pessoas foram também identificadas para eventual aplicação de sanções administrativas, segundo o Ministério da Administração Interna.
Os agricultores europeus, incluindo em Portugal, saíram à rua nas últimas semanas para exigir a flexibilização da Política Agrícola Comum (PAC) da União Europeia e mais apoios para o setor.
A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros em 26 de fevereiro.
Na terça-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a retirada da proposta da instituição visando reduzir para metade o uso de pesticidas na agricultura até 2030, parte central da legislação ambiental europeia, que é também um dos alvos dos protestos dos agricultores.