O MPLA vence eleições gerais em Angola, com 51,7%, numa altura em que estão contados os votos de 97,3% das mesas, anunciou esta quinta-feira a Comissão Nacional de Eleições (CNE).
O partido do atual Presidente e recandidato João Lourenço consegue uma maioria de 124 deputados na Assembleia Nacional de 220 parlamentares.
A UNITA consegue 44,05% e 90 deputados, de acordo com os resultados provisórios.
De acordo com a Comissão Nacional de Eleições, o PRS obtém 1,13% e dois deputados, a FNLA 1,05% e dois deputados, o PHA 1,01% e dois deputados. A CASA-CE não vai além dos 0,75% e consegue eleger qualquer parlamentar.
Em comparação com as últimas eleições, o MPLA cai e a UNITA regista um forte crescimento.
Nas eleições de 2017, o MPLA venceu com 61,05% e 150 deputados. A UNITA não foi além dos 26,7% e 51 parlamentares.
O MPLA disse hoje que "tem maioria absoluta suficiente para governar tranquilamente" com a vantagem que leva nos resultados provisórios das eleições de quarta-feira, atribuindo a sua derrota pela UNITA, em Luanda, à "abstenção da sua base militante".
"É uma constatação, mas ainda assim é preciso dizer que o MPLA ganha com uma maioria absoluta suficiente para governar tranquilamente os próximos cinco anos, julgo que os resultados provisórios não poderão alterar grande coisa", afirmou o secretário para a Informação do Bureau Político do MPLA, Rui Falcão.
Por seu lado, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) apelou hoje à calma dos seus apoiantes, mas disse ter já dados das atas eleitorais que lhe podem dar uma vitória nas eleições gerais de quarta-feira.
Depois de a CNE ter indicado que o MPLA tem maioria absoluta, segundo os dados preliminares a partir das atas síntese que incluem os votos de cada uma das mesas de voto, o dirigente da UNITA Ruben Sicato afirmou que o partido está a assumir uma posição "responsável" e deve contar as atas e ter a certeza antes de reivindicar vitória.
Muitos dos apoiantes têm dito que "nunca deveríamos aceitar os resultados que a CNE está a apresentar", porque "sabem que o que está a ser apresentado não corresponde à realidade", afirmou Ruben Sicato, em conferência de imprensa na sede do partido.
No entanto, acrescentou: "Temos de tomar a atitude que deve ser de um partido responsável, temos que ter as atas" das votações e "não há espaço para nós criarmos um ambiente de convulsões, um ambiente de certa agitação que foi o que o nosso adversário procurou fazer o tempo todo".