Um estudo sobre as prioridades da Saúde em Portugal conclui que 66% dos inquiridos considera essencial que os programas dos partidos às eleições legislativas incluam medidas concretas para reter profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"Para dois terços da amostra é essencial saber de que forma os programas eleitorais se propõem reter e desenvolver os profissionais de saúde do SNS", indicam as conclusões do estudo que inquiriu administradores hospitalares, profissionais do setor e associações de utentes.
Promovido pela consultora EY (Ernst & Young) e pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), os resultados do inquérito referem ainda que 65% dos inquiridos considera importante conhecer o modelo organizativo proposto para o SNS e que 99% defende que a forma de financiamento do SNS faça parte dos programas eleitorais às legislativas de 30 de janeiro.
Ainda no que respeita ao financiamento do SNS, os partidos devem apresentar medidas para a melhoria da articulação entre cuidados primários e secundários e de como pretendem promover uma relação direta entre financiamento e os resultados sentidos pelos utentes, adianta as conclusões.
Além disso, 75% das 141 entidades que responderam ao inquérito querem ver nos programas dos partidos "medidas claras" de revisão dos modelos de compensação e benefícios dos profissionais de saúde, enquanto 79% pretende propostas para tornar o acesso dos utentes ao SNS mais simples e reduzir os tempos de espera por consultas, cirurgias e exames, indicam os resultados.
"Após dois anos de pandemia, a terceira prioridade -- identificada por 68% da amostra -- prende-se com a necessidade de se preverem mecanismos que permitam maior autonomia na contratação de pessoal, possibilitando assim melhor capacidade de resposta às necessidades dos utentes", refere o documento.
"Espera-se, com as conclusões deste `survey´, dar um contributo para que o próximo Programa de Governo incorpore as matérias que são consideradas prioritárias por quem melhor conhece o setor da Saúde em Portugal", salienta o estudo da EY e da APAH.