O Governo está a desistir dos médicos portugueses. A acusação é da Ordem dos Médicos, no dia em que se sabe que, de acordo com o Jornal de Notícias, o Executivo estará a preparar a contratação de 300 clínicos cubanos.
O bastonário Carlos Cortes, admite não estar contra a chegada ao país destes profissionais, mas lamenta que não haja um esforço para atrair de volta para o SNS, os médicos que estão no privado.
Em declarações à Renascença, o bastonário mostra-se mesmo “muito surpreendido pelo facto de o ministro da Saúde desistir dos médicos portugueses”.
“De facto, tem que tornar mais atrativo o Serviço Nacional de Saúde para os médicos portugueses que neste momento estão fora do SNS, em instituições privadas ou até na imigração noutros países estrangeiros, para que possam voltar e possam integrar um serviço nacional de saúde”, defende.
Nestas declarações, o bastonário Carlos Cortes garante que a Ordem dos Médicos não irá permitir que profissionais exerçam funções sem terem as respetivas qualificações.
Realçando que a “Ordem dos Médicos nada tem contra que médicos estrangeiros, da União Europeia ou de outros países fora da União, possam vir trabalhar para Portugal”, Carlos Cortes considera que “tem que haver aqui rigor, o mesmo rigor, que é o que lidar com os médicos nacionais para poderem exercer medicina em Portugal”.
“Há um conjunto de procedimentos, há um conjunto de regras que têm que ser respeitadas em nome da qualidade dos cuidados de saúde em Portugal e da própria segurança dos doentes”, lembra, advertindo que “a Ordem dos Médicos não irá permitir que médicos que não tenham as habilitações necessárias que estejam a trabalhar no território nacional”.