O programa “Inov Contacto Reverse”, que visa reter estudantes internacionais em empresas portuguesas, ajudando ao seu processo de internacionalização, foi apresentado esta quarta-feira, no Porto.
Destinado aos cerca de 70 mil estudantes estrangeiros, que frequentam universidades portuguesas, o programa nasce do “Inov Contacto”, que há 25 anos apoia a inserção no mercado de trabalho, sendo agora o talento internacional o enfoque.
De acordo com o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Portugal tornou-se “um pólo que precisa de recursos humanos qualificados” e este programa responde a uma “nova necessidade” do país em captar talento, aumentar a produtividade e “trazer mais cosmopolitismo às empresas” nacionais.
Luís Castro Henriques esclareceu que podem candidatar-se ao "Inov Contacto Reverse" jovens que tenham estudado numa universidade portuguesa, sejam eles “estrangeiros ou portugueses, mas que não tenham vivido em Portugal nos últimos 15 anos” e tenham “interesse em trabalhar no universo das empresas que se candidatam” ao programa.
Neste caso, “eles aqui recebem uma bolsa idêntica aos outros candidatos que vão para fora”, e ainda “subsídio de alojamento para viver em Portugal durante seis meses.”
Bolsas ultrapassam mil euros mensais
Estes estudantes internacionais podem também estagiar no estrangeiro, desde que o façam em empresas portuguesas. As bolsas correspondem a dois IAS, indexante dos apoios sociais, ou seja, cerca de 960 euros mais subsídios.
Luís Castro Henriques acredita que o número de participantes vai “crescer gradualmente”.
Tendo em conta o “universo crescente de estudantes estrangeiros e com o interesse que as empresas têm demonstrado em ter estes quadros”, o presidente da AICEP diz que o número de participantes poderá vir a aproximar-se do volume de estágios do Inov Contacto, que abrange entre 200 e 300 pessoas por edição.
Programa decorre em 10 empresas em fase inicial
Até setembro, o programa decorre em fase piloto, em 10 das cerca de 50 empresas associadas da Business Roundtable Portugal, Associação que reúne as maiores empresas do país.
Segundo o secretário-geral da Associação, Pedro Ginjeira, o objetivo é “aproveitar estes estrangeiros que já cá estão, para que eles possam, ou dentro de Portugal, ou fora, se tiverem regressado aos países da origem, mas estiverem a trabalhar em empresas portuguesas” ajudar no processo de internacionalização das empresas, com vista a que “médias se tornem grandes e as grandes se tornem globais.”
Nesta fase, estão a ser selecionados candidatos apenas da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. No último trimestre deste ano, a AICEP e a Associação Business Roundtable Portugal esperam abrir este programa a todas as universidades e empresas.