Nem suspensão, nem assunto arrumado. A linha ferroviária do Douro, do Marco de Canavezes até ao Peso da Régua será eletrificada. A promessa foi transmitida, esta terça-feira à tarde, por telefone, pelo ministro das infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ao presidente da Câmara da Régua, José Manuel Gonçalves.
Em declarações à Renascença, o autarca mostra-se algo aliviado, porque as notícias iniciais apontavam para que o projecto pudesse eventualmente ser abandonado.
“Boas notícias nunca são. Este atraso nunca são boas notícias, porque estamos a falar numa derrapagem de um ano, mas pelo menos podem não ser tão negativas como se pensava inicialmente porque a perspetiva de se suspender agora o projeto significaria o abandonar deste investimento no âmbito do atual quadro comunitário”, afirma José Manuel Gonçalves.
“O que nos foi comunicado pelo senhor ministro é que, apesar deste contratempo, a perspetiva de termos este investimento no atual quadro comunitários ainda é uma realidade. Ele ainda tem essa perspetiva de podermos concretizar a obra neste quadro comunitário, o que nos tem de satisfazer”, sublinha o presidente da Câmara da Régua.
A eletrificação da linha em questão permitirá ao Governo ganhar visibilidade através da aposta na descarbonização, mas para quem vive nas margens do Douro é muito mais do que uma questão ambiental: é uma questão de competitividade, de captação de turistas e também na mobilidade diz José Manuel Gonçalves.
“O valor do investimento nesta ferrovia cresce de dia para dia, porque hoje está muito em voga a descarbonização. Mas para nós é fundamental que as pessoas possam ter mobilidade aqui no território, até ao Porto, para trazermos cada vez mais turistas ao Douro. Mas também que possamos fazer a ligação até Salamanca, em Espanha. Se for feita vamos ter aqui um outro território após este investimento, que não é só para o Douro, é importante para o país”, argumenta o autarca.
A eletrificação da Linha do Douro entre Marco de Canaveses e a Régua, cuja conclusão estava prevista para o final do ano, está parada. À Renascença, a Infraestruturas de Portugal esclarece que essa obra apenas foi suspensa devido a dificuldades do consórcio que obrigam ao lançamento de novo concurso.