A Europa deve acolher os refugiados que fogem da guerra, mas também garantir condições de segurança, afirmou este domingo o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, depois de Alemanha ter reintroduzido o controlo das suas fronteiras.
“Admito que o afluxo anormalmente elevado [de refugiados] que se está a verificar sem qualquer controlo, nomeadamente entre a Áustria e a Alemanha, possa ocasionar a necessidade de fazer uma suspensão temporária” do acordo de Schengen, refere Passos Coelho.
O chefe do Governo considera que essa suspensão “só é admissível para poder acolher as pessoas em circunstâncias de dignidade e de normalidade e, por outro lado, para garantir que no meio deste fluxo não vêm outros elementos que possam pôr em causa a segurança dos países de acolhimento e dos próprios refugiados”.
Questionado pelos jornalistas sobre a imagem que o encerramento de fronteiras pode dar, Passos Coelho sublinha que a Europa vai acolher os refugiados que fogem da guerra, mas em segurança.
“A imagem que a Europa deve dar ao mundo é a que neste momento está a dar, isto é, de que vai fazer o acolhimento destes refugiados que fogem da guerra e que procuram na Europa um espaço de segurança para poderem viver. A Europa tem de o fazer indo ao encontro das necessidades de acolher condignamente estas pessoas e, em simultâneo, fazê-lo com dignidade e segurança para o próprio espaço europeu.”
O primeiro-ministro explica que será a Comissão Europeia a confirmar se a decisão da Alemanha de suspender, unilateralmente, o acordo de Schengen respeita as regras.
Alemanha reintroduz este domingo o controlo de fronteiras com a Áustria.
Além da suspensão do acordo de Schengen, as autoridades alemãs cortaram a
circulação ferroviária com a Áustria. A cidade de Munique está no limite das
suas capacidades depois de ter recebido mais de 12 mil pessoas num só dia.