O antigo diretor da Comissão Europeia das Energias Convencionais, Pedro Sampaio Nunes, refere que o plano do gasoduto ibérico aprovado esta quinta-feira será "diferente tecnicamente" do que era o projeto inicial, mas "politicamente é um excelente negócio. É uma vitória para todos".
À Renascença, o especialista explica que ao contrário do que era planeado, o gasoduto não passa pelos Pirinéus - um trajeto que tinha "dificuldades de natureza ambiental" - , mas vai passar num tubo subaquático que ligará Barcelona a Marselha.
"É um tubo que vai levar moléculas de energia de um sítio para o outro. Seja betano, ou seja hidrogénio", refere.
Sampaio Nunes diz que, face a ideia original, só se sabe o que Portugal fica a ganhar com esta alteração dependendo do custo-benefício: "Nunca vamos exportar gás natural. Já se se provar que possamos ser competitivos na produção de hidrogénio verde, podemos vir a exportar. É uma questão da distância contra o custo mais barato da eletricidade para produzir hidrogénio".
"Um projeto submarino é sempre um projeto que é caro, dependendo da profundidade. Mas se a profundidade não for muito grande, pode ser mais barato estar a abrir canais em mar do que em terra. Isso só estudos é que o podem dizer", aponta.
O antigo diretor da Comissão Europeia das Energias Convencionais relembra também que Portugal já está ligado "através de um trajeto que não é direto" à rede espanhola e não será por aí que o orçamento derrapa.