Crimeia. Merkel diz que sanções à Rússia são para manter
19-08-2016 - 11:22

A União Europeia acordou, em Junho, prolongar as sanções a Moscovo, na sequência da guerra com a Ucrânia e da anexação da Crimeia.

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A chanceler alemã considera que não há razão para que a União Europeia levante as sanções contra a Rússia. Numa entrevista publicada esta sexta-feira no jornal alemão online “RND”, Angela Merkel refere que Moscovo ainda não cumpriu todos os compromissos saídos do acordo de paz de Minsk.

Merkel sustenta que a Rússia provocou uma grave crise ao anexar a península da Crimeia, em 2014, com o apoio dos separatistas do Leste da Ucrânia, e que a Europa tem de reagir contra esta violação de princípios básicos.

A chefe do Governo alemão diz ainda que está a trabalhar em conjunto com o Presidente francês, François Hollande, para pedir à Ucrânia e à Rússia que implementem rapidamente o acordo de cessar-fogo, apesar das dificuldades, e que o futuro das sanções depende disso.

Em Setembro de 2014, Alemanha, França, Rússia e Ucrânia assinaram o Protocolo de Minsk (capital da Bielorrússia) com vista a pôr fim à guerra no Leste ucraniano.

O acordo foi assinado sob os auspícios da Organização Para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e é composto por 13 pontos, entre os quais o cessar-fogo imediato nas regiões sob controlo separatista, de Donetsk e Lugansk e seu estrito cumprimento a partir das zero horas do dia 15 de Fevereiro de 2015.

O acordo nunca foi cumprido e, em Junho de 2016, a União Europeia acordou prolongar as sanções à Rússia até Janeiro de 2017. Antes, em Abril, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterava o seu apoio aos esforços alemães e franceses para solucionar a crise ucraniana e afirmou que as sanções à Rússia só poderiam ser levantadas se fossem cumpridos os compromissos de Minsk.

Mas Moscovo faz ouvidos moucos e, nesta sexta-feira de manhã, o Ministério da Defesa russo confirmou que as forças navais e terrestres do país estão em treinos logísticos na Crimeia, a península anexada à Ucrânia em 2014.