Estas posições foram transmitidas por Marta Temido na manhã do segundo e último dia de debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022, na Assembleia da República, num discurso que foi aplaudido de pé pela bancada socialista.
Na parte mais política do seu discurso, que durou cerca de dez minutos, a titular da pasta da saúde falou das medidas tomadas ao longo dos últimos anos em matéria de SNS.
“Não nos arrependemos do caminho percorrido, mas há muito chão para andar”, advertiu, citando, depois, a letra de uma canção de José Mário Branco: “Eu vim de longe, de muito longe, o que eu andei para aqui chegar. Eu vou para longe, para muito longe, onde sei que nos vamos encontrar”.
Sem nunca se referir diretamente ao Bloco de Esquerda ou ao PCP, partidos que negociaram com o Governo medidas na área da saúde, mas que já anunciaram que irão votar contra o Orçamento na generalidade, Marta Temido declarou: “O chão que temos para andar exige esforço e uma clara compreensão sobre o que se discute”.
“Estão em cima da mesa dois modelos de sociedade. Não há encenação, não há vontade de crise, há um Governo que vem aqui de cara lavada dizer o que pode fazer e o que vai continuar a fazer pelos portugueses”, sustentou a ministra da Saúde.
Marta Temido também deixou mensagens políticas à esquerda na fase inicial do seu discurso, sobretudo quando se referiu “à importância de completar a execução dos princípios previstos na Lei de Bases da Saúde”, aprovada à esquerda no parlamento na anterior legislatura.
“Por isso, não tenho dúvidas que este Orçamento é um dos mais importantes dos 42 anos da história do Serviço Nacional da Saúde”, afirmou.