O grupo Volkswagen, dono das marcas Volkswagen, Audi, Seat e Sköda, vai começar a chamar às oficinas em Janeiro os carros com emissões poluentes fraudulentas, uma operação que poderá estender-se por mais de um ano.
O presidente executivo da empresa, Matthias Müller, disse numa conferência de imprensa em Wolfsburgo, na sede do grupo alemão, que no próximo mês vão começar a ser chamados os veículos com os motores 2.0 TDI das várias marcas afectadas, sendo que no segundo trimestre serão chamados os modelos equipados com os motores 1.2 TDI.
Está previsto que no terceiro trimestre, os proprietários dos veículos equipados com os motores 1.6 TDI serão contactados para levar os carros aos concessionários.
Matthias Müller, no entanto, não prometeu que os 11 milhões de carros afectados acorram às oficinas para serem reparados no espaço de um ano, afirmando que a operação "é um enorme desafio logístico, mas o desafio continua a ser ter a reparação pronta no final do ano, se possível".
Em comunicado, o grupo Volkswagen anunciou também que as soluções técnicas, que "tiveram o aval positivo" da Federal Motor Transport Authority alemã ("Kraftfahrtbundesamt"), "estão agora disponíveis" para os clientes europeus e que os modelos afectados "vão cumprir todas as exigências legais no futuro".
Matthias Müller frisou que a Volkswagen "irá informar individualmente os proprietários dos veículos afectados", garantindo que as soluções serão implementadas de forma gratuita, fornecendo um veículo de substituição se necessário.
Os veículos afectados em Portugal pela fraude cometida pelo grupo Volkswagen são 125.491, segundo o relatório preliminar apresentado pelo grupo de trabalho criado pelo Governo.
Segundo o documento apresentado pelo Ministério da Economia do Governo anterior, há em Portugal 102.140 mil veículos afectados das marcas Volkswagen, Audi e Sköda e mais 23.351 da marca Seat.
No total, são assim 125.491 os veículos com dispositivos que manipulam os dados quanto à emissão de poluentes.
Quando foi conhecido o escândalo, o Governo criou um grupo de trabalho para acompanhar o impacto da fraude da Volkswagen e não se sabe, até ao momento, se com o novo Governo de António Costa, esse grupo de trabalho se mantém.
O grupo Volkswagen detém em Portugal a fábrica da Autoeuropa.