É urgente um futuro mais humano num mundo cada vez mais globalizado, pediu esta sexta-feira, em Aveiro, o cardeal D. Tolentino de Mendonça.
“A globalização tornou-nos vizinhos, mas não necessariamente solidários. De forma manifesta, hoje, as nossas sociedades mostram dificuldade em constituir-se como um bem que diga respeito a todos. Não nos sentimos companha do mesmo barco e locatários da mesma casa comum. A decisão pela paz implica inverter esta situação”, afirmou o Prémio Pessoa 2023.
D. Tolentino de Mendonça recebeu, esta sexta-feira, o doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Aveiro.
O cardeal português escolheu a paz como tema de reflexão na sua intervenção para lembrar que precisamos de aprender com os outros.
“Continuamos a desconhecer as culturas uns dos outros, como se fossemos irremediavelmente estranhos e distantes. No mundo da comunicação ainda vigora tanta incomunicabilidade e a incomunicabilidade é um limite, faz-nos olhar para o outro como uma ameaça, inverter a hospitalidade na perpetuação de formas numa hostilidade sempre mais despótica.”
“É urgente trabalhar a consciência de que somos um nós polifónico, sempre mais amplo. Cabe às universidades contribuírem com imaginação e o pensamento para identificar aquelas alianças que sustentarão um futuro mais humano e melhor”, sublinhou o também Prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação.
D. Tolentino Mendonça, juntamente com Simone Cousteau, recebeu o doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Aveiro durante uma sessão que assinalou os 50 anos da academia.